Inauguração de pórtico, ciclovia com pintura tinindo de nova, restaurante em prédio que estava abandonado, bancos e pergolados para aproveitar o pôr do sol e até um trecho de calçadão que andam chamando de “Copacabana” pelo desenho das ondas nas pedras portuguesas do piso. Cada uma a seu jeito, com mais ou menos investimentos, as principais praias do Litoral Norte prepararam algum mimo para receber os veranistas que, aos milhares, começam a chegar para a temporada.
E começam, aqui, não é força de expressão. Eram 10h da última terça-feira, um dia útil de fim de primavera, e a Praia Grande, em Torres, estava com pinta de janeiro: alguns banhistas aproveitavam para colocar o bronzeado em dia na areia, enquanto outros já encaravam o mar de coloração esverdeada no calor de 30º.
A terça-feira de temperatura elevada, aliás, foi aperitivo de como deve ser o verão gaúcho, segundo a Somar Meteorologia.
Como o fenômeno El Niño dará as caras no início de janeiro, podemos esperar uma estação mais quente do que o habitual. A consequência disso, você sabe: meses também mais chuvosos.
– Não quer dizer que não vai parar de chover. Serão algumas pancadas – explica o meteorologista Fabio Luengo.
Em se tratando de Rio Grande do Sul, é fácil prever o que virá. Não serão quaisquer pancadas. É aquele velho ciclo que conhecemos bem: esquenta-chove forte-refresca-esquenta-chove forte-refresca... E assim vai.... Em algumas vezes, com temporais. A boa notícia é que, com o calor, o mar também fica mais aquecido. Logo, a temperatura média da água no litoral gaúcho deve ficar entre 22ºC e 25ºC, segundo Luengo. Nas praias mais ao Norte, como Torres, pode chegar a 27ºC.
Durante o verão, em algumas cidades, como Capão da Canoa, a população de 70 mil habitantes sobe para até 350 mil entre o Natal e o início de março. É também quando as obras de infraestrutura – e os problemas – ficam mais visíveis. De forma geral, as prefeituras do Litoral Norte fizeram o tema de casa para receber os visitantes. Torres promete inaugurar, nos próximos dias, o novo pórtico de sua mais bela praia, a Guarita. Capão da Canoa tem apostado nos cuidados e manutenção do calçadão, repintando a ciclovia. A praia de Atlântida, em Xangri-lá, conseguiu resolver um problema antigo do centrinho: um prédio caindo aos pedaços que por anos abrigava moradores de rua e traficantes foi convertido em restaurante.
Imbé foi poupada das ressacas invernais e apostou na limpeza, conservação de praças e na estrutura de esgoto cloacal. E Tramandaí, convertida em canteiro de obras na orla, iniciou seu projeto de revitalização – o que deve provocar algum descontentamento dos veranistas por conta de estruturas inacabadas e restos de tijolos que ainda estão presentes na areia. Parte das novidades foi entregue ontem na cidade: a avenida Beira-Rio ganhou novo calçadão, pergolados, bancos e iluminação, onde os veranistas poderão aproveitar uma das paisagens mais belas do litoral gaúcho: a foz do Rio Tramandaí. Com sorte, é dali que alguém poderá avistar os botos, habitantes da região.
Dois problemas recorrentes de Torres a Tramandaí são o recolhimento do lixo, ainda insuficiente, e os poucos banheiros públicos disponíveis. Para verificar como estão as praias para o verão 2018 e 2019, GaúchaZH percorreu, entre segunda e quarta-feira, os principais municípios do Litoral Norte.
Os 1,7 mil metros de extensão em vermelho chamam atenção de quem se aproxima da orla de Capão da Canoa. A ciclovia do município não é nova, mas foi revitalizada. No Largo Baronda, operários recuperavam os dois chafarizes concluídos no ano passado. Leia mais na reportagem.
Conhecida pela boa gastronomia e badalação, a praia de Atlântida, em Xangri-lá, conseguiu, depois de vários anos, dar um destino satisfatório a uma área degradada na praça central. Uma estrutura de concreto, que estava abandonada, foi revitalizada e virou restaurante. Leia mais na reportagem.
Imbé foi poupada este ano da ressaca que costuma danificar parte do calçadão da Avenida Beira-Mar. A região da barra foi revitalizada, abrigando um restaurante com mirante para o encontro entre as águas do Rio Tramandaí e o mar. Leia mais na reportagem.
Toda a orla é um canteiro de obras. Com exceção do trecho de 230 metros já finalizado do calçadão, que muitos veranistas comparam a Copacabana, pelo desenho das ondas em pedra portuguesa em preto e branco, o restante é um acúmulo de restos de concreto, montes de tijolos e estruturas em madeira velhas. Leia mais na reportagem.
Uma das novidades do verão em Torres é o novo pórtico do Parque Estadual da Guarita, que a prefeitura promete entregar em duas semanas. É um dos itens da revitalização da área, que começou em 2017 com a construção de novos banheiros próximo ao lago. Leia mais na reportagem.