Inauguração de pórtico, ciclovia com pintura tinindo de nova, restaurante em prédio que estava abandonado, bancos e pergolados para aproveitar o pôr do sol e até um trecho de calçadão que andam chamando de “Copacabana” pelo desenho das ondas nas pedras portuguesas do piso. Cada uma a seu jeito, com mais ou menos investimentos, as principais praias do Litoral Norte prepararam algum mimo para receber os veranistas que, aos milhares, começam a chegar para a temporada.
Se você seguir pela Avenida da Igreja, uma das tradicionais vias que conduzem à beira-mar, pode até se confundir, pensando estar em outra praia e não em Tramandaí. No horizonte, não há mais a estrutura redonda do restaurante Panorama e do bar Gaivota, tradicionais pontos da praia. As edificações foram demolidas este ano pela prefeitura, em cumprimento a ordem da Justiça Federal. No lugar, o vazio está sendo ocupado por dunas. Para evitar que a areia soprada pelo Nordestão se acumule na Avenida Beira-Mar ou no calçadão, barreiras de contenção em madeira foram posicionadas a cada cinco metros pela prefeitura.
Toda a orla de Tramandaí é um canteiro de obras. Com exceção do trecho de 230 metros já finalizado do calçadão, que muitos veranistas comparam a Copacabana, pelo desenho das ondas em pedra portuguesa em preto e branco, o restante é um acúmulo de restos de concreto, montes de tijolos e estruturas em madeira velhas, como uma caixa de luz danificada.
– Não sei como vai ser no verão. Se não der um acidente, não é nada – comenta a professora Senira Martins, 50 anos.
Postes de concreto estão no chão do calçadão. Alguns poucos foram instalados, mas aguardam as lâmpadas. A maioria dos chuveiros não funciona, e a areia se acumula na avenida próximo ao acostamento. Na Praça General Müller, entre a Avenida da Igreja e a Avenida Fernando Amaral, a estrutura de dois pisos para abrigar um centro de comando dos bombeiros está fechada com um tapume de madeira, sem esquadrias. A pintura em branco não foi concluída. Os brinquedos como gangorra estão quebrados. Faltam balanços e partes dos aparelhos de ginástica.
Se o turista quiser desfrutar de descanso em uma área completamente reformada, deve fugir da beira-mar. É na barra do Rio Tramandaí que está a parte mais agradável do balneário. Toda a região, de cerca de 250 metros de extensão, foi reformada, com rampas de acesso a deficientes físicos, jardinagem, 28 postes de iluminação decorativa e playground para crianças.
CONTRAPONTO
O que diz o prefeito de Tramandaí, Luiz Carlos Gauto da Silva
"Estamos entregando a revitalização da Avenida Beira-Rio, com pergolados e, além dos pescadores, as famílias já estão usufruindo. Na Beira-Mar, estamos investindo em iluminação, pedras portuguesas, ciclofaixa de 2,6 mil metros. Da Avenida da Igreja até uns 500 metros em direção a Sul, cumprimos determinação judicial de uma condenação de 2012 que ordenou a retirada do Panorama, do bar Gaivota e de quatro quiosques. Gastamos quase R$ 200 mil.
Entendemos que aquelas estruturas davam segurança às margens em caso de ressaca. Agora, está sujeito a ressaca atingir a Avenida da igreja. A Justiça também determinou a recomposição de dunas, da Avenida da Igreja até a travessa Paraná. A cidade não aceitou muito bem a decisão, e a comunidade está fazendo um abaixo-assinado para tentar viabilizar outra solução. Quem sabe revitalizar o espaço, pergolado, ou uma praça. Na Praça General Muller, estamos construindo um centro de comando do Corpo de Bombeiros para Operação Golfinho. Os bombeiros dão mão de obra e querem operacionalizar neste verão.
Durante o verão, teremos alguma situação de obra, que não é o ideal. Fizemos o cercamento do centro de eventos no bairro Tirolesa, onde é a festa do peixe, com duas praças para os turistas e moradores apreciarem o porto do sol. Estamos entregando a revitalização do ginásio do bairro Indianópolis, onde vivem 10 mil pessoas, um investimento de R$ 200 mil. Para o próximo verão, queremos implantar outro padrão de quiosques no outro verão. A ideia é terminar o calçadão em 2020, mas quero acabar em 2019".