Mesmo que parcial, o primeiro relatório de balneabilidade do litoral catarinense divulgado na quinta-feira (5) pela Fundação do Meio Ambiente (Fatma) aponta que quase metade dos 158 pontos avaliados (45,5%) estão impróprios para banho em todo o Estado. Só na Ilha de SC, pelo menos 33 dos 66 locais monitorados foram classificados como impróprios. Apesar do crescimento, a Fatma e a Secretaria de Estado de Turismo garantem que o resultado é pontual, causado pelas chuvas da última semana.
Os números acendem um alerta, principalmente por conta da alta temporada, quando o fluxo de pessoas que frequenta as praias do litoral catarinense aumenta. Neste relatório, chama atenção os dados referentes a balneários conhecidos nacionalmente, como Jurerê e Canasvieiras, em Florianópolis, e Balneário Camboriú, no litoral norte do Estado.
O revés fez com que a Casan investisse na região, melhorando as condições já para a temporada seguinte. A situação, porém, continua crítica em períodos de chuvas prolongadas. Prova disso é o resultado das últimas quatro avaliações da Fatma no local, anteriores a divulgada nesta semana, quando apenas um dos quatro pontos analisados, o 82, próximo da Rua José Daux, teve reiteradas avaliações negativas.
A Fundação do Meio Ambiente pontua que apesar de os resultados nas praias do Norte da Ilha serem preocupantes, a situação foi pontual, já que a principal razão da falta de condições para banho na região foi causada por uma forte chuva que caiu no dia 1º de janeiro, véspera da coleta, conforme explica o gerente de balneabilidade da fundação, Oscar Vasques Filho:
— Tivemos uma grande precipitação no dia 1º e vínhamos de um período de seca. A chuva varreu as galerias e as ruas e levou os dejetos para o mar. Além disso, tivemos um encurtamento da faixa de areia, que ajudava a filtrar um pouco.
O secretário de Estado de Turismo, Cultura e Esporte, Leonel Pavan, lamentou os resultados prévios deste relatório ao afirmar que toda notícia ruim é prejudicial ao turismo não só em Florianópolis, mas no Estado como um todo.
— A chuva lava calçadas, asfalto, tubulações subterrâneas e leva esses detritos para o mar. Quando fui prefeito em Balneário Camboriú, provamos que quando se faz coleta de água, vai se encontrar problemas. Mas se for olhar e, de cinco coletas, uma deu errada, é por que foi por causa da chuva. Se coletar água nesses pontos hoje, vai dar bom — disse.
A expectativa do gerente de balneabilidade da Fatma, Oscar Vasques Filho, é de que o resultado da próxima coleta, que deve ser feita entre segunda-feira e terça-feira da próxima semana, seja mais positivo. Caso contrário, a situação que já é de alerta se agravará. Isso porque, segundo ele, independentemente do histórico das análises ser positivo, um resultado ruim é considerado preocupante já que é a saúde do banhista que está em risco. Nesses casos, Vasques Filho explica que cabe aos órgãos públicos tomar providências.
— Já é preocupante agora, é uma questão se saúde pública, Se continuar assim todas as medidas possível deverão ser tomadas — alerta.