A prevenção é o melhor remédio para muitas doenças, mas, às vezes, nem aqueles que se esforçam para manter uma boa qualidade de vida conseguem escapar. É o caso de Tânia Azevedo Posanski, de 67 anos, de Joinville. Ela foi diagnosticada com osteoporose há sete anos, mas há 12 já pratica exercícios físicos regularmente, faz ioga há 18 anos e é vegetariana. Neste 20 de outubro, Dia Mundial da Osteoporose, "AN" conta a história de Tânia e fala sobre essa doença crônica que se caracteriza pela diminuição da força dos ossos.
Para quem já estava acostumada com as atividades físicas, não foi difícil seguir o tratamento e as recomendações médicas depois que descobriu que tem a doença. Tânia explica que, como sua mãe também tinha osteoporose, ela já foi se preparando. Ela tem uma rotina intensa de atividades. Três vezes por semana, vai até o posto de saúde do Bom Retiro, bairro onde mora e participa do Projeto Velho é o seu Preconceito. Ali, ela e outros idosos fazem alongamento e recebem instruções da coordenadora do posto. Tânia ainda pratica ioga duas vezes por semana e participa do Projeto Maturidade, da Univille, onde tem atividades como canto, ginástica e de gastronomia.
- Tudo isso diminui as doses de remédio. Estou ganhando massa óssea por causa das atividades físicas. Não me canso, ando o dia inteiro - afirma Tânia, que destaca ainda que sua dieta inclui muita salada, o que ajuda em seu tratamento.
Ela conta que a cada seis meses toma um remédio injetável para tratar a doença. Hoje, ela diz que a osteoporose não traz qualquer tipo de complicação para sua saúde.
- Tem que completar com exercícios, senão, nem resolve - diz Tânia.
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O reumatologista Pedro Weingrill explica que a osteoporose é uma doença silenciosa que muitas pessoas têm, mas não sabem, pois nunca foram atrás de avaliação. Para descobrir, as pessoas devem fazer um exame de densitometria óssea. Grande parte das pessoas com osteoporose só descobre que tem a doença quando tem uma fratura. E mesmo depois do diagnóstico, muitos não tratam a doença como deveriam. Após 12 meses, Weingrill conta que até 50% dos pacientes deixam de aderir ao tratamento.
- Alguns (pacientes) não tomam os medicamentos de forma adequada. Com isto, correm o risco de não ter o resultado previsto. Tem que seguir, tomar a medicação de forma correta. Esse é o grande problema. E nem sempre você consegue saber. O paciente não fala a verdade, você fica na dúvida. Alguns medicamentos são utilizados por via oral e têm uma maneira bastante específica de serem utilizados. Alguns têm que ser tomados em jejum, mas os pacientes tomam depois da comida, aí não faz efeito. Alguns são de uso semanal; outros, de uso mensal. O paciente esquece de tomar - afirma Pedro, que lembra que os principais medicamentos são distribuídos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúdes (SUS) e por isso as pessoas não têm desculpas para não tomar.
O médico defende que o tema seja tratado como um problema de saúde pública. De acordo com ele, a doença provoca deterioração da qualidade de vida e traz aos pacientes uma série de problemas, como dificuldade para fazer atividades diárias.
- Alguns sintomas podem chamar a atenção. A primeira é a fratura: quando a pessoa cai ou quando tem um pequeno trauma por esforço de peso com fratura na coluna. É comum em pessoas mais velhas, em pessoas que começam a ficar baixinhas. Estes são os sinais - explica.
O médico destaca a importância de o tratamento para osteoporose ser individualizado.
- O paciente tem que ser avaliado pelo médico para ver se é só osteoporose após menopausa ou se tem alguma outra causa secundária. Para cada paciente, nós vamos instituir um tratamento específico. Uma vez iniciado o tratamento, ele deve ser realizado por um tempo prolongado. No mínimo, cinco anos - afirma.
Doença é mais comum nas mulheres
De acordo com Pedro Weingrill, mais de 30% das mulheres que entram na menopausa têm osteoporose.
- Uma a cada três mulheres, acima de 50 anos e após a menopausa, vai ter alguma fratura. Quando elas têm uma fratura, elas correm o risco duas vezes maior de ter uma segunda fratura. Por isso o tratamento é extremamente importante - afirma.
Ele explica ainda que quatro a cada dez mulheres com osteoporose vão ter um fratura de quadril. Destas, 50% ficam dependentes de algum cuidador, de uma cadeira de rodas ou de bengala. Weingrill afirma que após uma fratura de quadril por osteoporose, a mortalidade no primeiro ano é de 20% a 30%.
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Saúde
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Gilson Piber
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