O volume de empresas com dívidas atrasadas registrou nova alta no último mês de abril. A informação é do SPC Brasil.
De acordo com o indicador calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), a quantidade de empresas inadimplentes apresentou crescimento de 7,46% em abril de 2015 na comparação com o mesmo mês do ano passado. Foi a terceira aceleração consecutiva no ano - em janeiro, a alta havia sido de 5,89% na base anual.
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Já na passagem de março de 2015 para abril do mesmo ano, sem ajuste sazonal, houve crescimento de 1,82% na quantidade de pessoas jurídicas inadimplentes.
Além do aumento no número de empresas inadimplentes, a aceleração atingiu também a variação da quantidade de dívidas em atraso em nome de pessoas jurídicas: 7,01% a mais em abril deste ano, em relação a abril do ano passado, depois de atingir, em janeiro de 2015, o menor valor da série histórica (3,49%).
Na comparação mensal, isto é, entre abril de 2015 e março do mesmo ano, as dívidas com vencimento mais recente - atrasadas no período de até 90 dias - apresentaram crescimento de 9,51%, a maior alta para os meses de abril desde 2010.
Na opinião dos economistas do SPC Brasil, o dado demonstra que, nos últimos meses, os empresários brasileiros passaram a enfrentar um cenário mais adverso para pagamento de dívidas.
A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, esclarece que a dificuldade dos empresários em manter os compromissos financeiros em dia está relacionada à atual conjuntura econômica de baixo crescimento, quedas da produção industrial, além de inflação e juros em patamares elevados.
- O resultado reflete o cenário econômico adverso de menor dinamismo da economia e maior restrição ao crédito, fatores que afetam a capacidade de pagamento tanto das famílias como das empresas - explica a economista.
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No mês de abril, todos os ramos da economia apresentaram crescimento no número de empresas inadimplentes.
O setor de serviços, composto principalmente por bancos e financeiras, foi o que apresentou maior crescimento: alta de 11,83% na comparação entre abril de 2015 contra o mesmo mês do ano passado. A segunda maior alta ficou por conta das indústrias (8,36%), seguida pelos comerciantes (6,72%) e também pelas empresas que formam o ramo da agricultura (6,52%).
O setor do comércio concentra sozinho quase a metade (49,48%) do total de empresas que devem a outras empresas jurídicas. Dentre os setores credores, ou seja, aqueles que deixaram de receber os valores que lhes são devidos, o segmento de serviços, que engloba bancos e financeiras, é quem mais se destaca, concentrando 70,85% de todas as dívidas no Brasil.
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O Sudeste, responsável pela principal fatia do PIB nacional, é a região que concentra a maior parte das pessoas jurídicas inadimplentes (43,58%), seguido pelo Nordeste (19,38%) e pelo Sul (16,99%).
A posição de destaque do Nordeste no ranking da inadimplência das empresas se explica pelo fato de a região ter crescido de modo muito acelerado nos últimos anos, com muitas empresas lidando ainda recentemente com os novos instrumentos de financiamento.
Os indicadores de inadimplência das empresas sumarizam todas as informações disponíveis nas bases de dados do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito). A abrangência é nacional, com informações de capitais e interior de todos os 26 estados da federação, além do Distrito Federal.
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