Típico carro urbano, o Kwid elétrico, como o irmão flex, é ágil, versátil e divertido nas ruas. Com limitações no conjunto propulsor, o pequeno hatch atende as necessidades de quem precisa de um carro para o uso diário na cidade e viagens curtas. Rodamos 300 quilômetros com um Renault E- Tech Eletric que tem preço sugerido de R$ 149.990.
O silêncio chamou a atenção do condutor e também de quem viu o pequeno hatch passar. Como o visual remete ao irmão flex, nem sempre o E-Tech foi identificado como um carro elétrico, o que provocou comentários nas ruas, sinaleiras e estacionamentos.
O design do Kwid elétrico é personalizado por detalhes. A grade inteira separa o conjunto óptico com luzes diurnas (DRL) em LED, o para-choque robusto e o capô vincado.
As rodas são de liga leve diamantadas. O para-choque traseiro tem protetor inferior e refletores integrados. Faixas nas laterais e na tampa traseira identificam o E-Tech.
Interior e segurança
O interior mantém as dimensões, o espaço e as características do Kwid flex. Direção elétrica e quadro digital de instrumentos, a multimídia Media Evolution com tela de sete polegadas é sensível ao toque e interativa com Android Auto, Apple CarPlay e câmera de ré.
Com ar-condicionado, Bluetooth e entradas USB, os vidros, as travas das portas e os retrovisores do sub compacto contam com comandos elétricos, entre outros recursos. O porta-malas leva de 290 litros a 1.100 litros com o banco traseiro rebatido.
O pequeno hatch elétrico traz seis airbags, controle eletrônico de estabilidade, freios ABS com assistente de frenagem, assistente de partida em rampa, Stop&Go, sensor de estacionamento traseiro e alerta de pressão dos pneus, entre outros recursos eletrônicos.
Conjunto propulsor
A tropicalização do E-Tech feita pela engenharia da Renault em São José dos Pinhais (PR) adequou o hatch às características do condutor brasileiro e também para enfrentar as ruas e estradas do país, nem sempre em condições regulares.
O motor 100% elétrico de 48 kW (equivalente a 65 cv) atua com uma bateria de 26,8 kWh. A autonomia é de 265 quilômetros em ciclo misto e 298 quilômetros no ciclo urbano pela norma SAE J1634 utilizada pelo Inmetro e 292 pelo ciclo europeu.
A carga da bateria pode ser otimizada pelo modo de condução ECO que limita a potência a 33 kW e a velocidade máxima a 100 km/h e torna a frenagem regenerativa mais atuante.
A recarga da bateria de 15% até 80% pode ser feita em 40 minutos em um sistema de carga rápida. Aumenta para duas horas e 54 minutos em um Wallbox de 7kW e a quase nove horas em uma tomada doméstica aterrada de 220 volts.
Nas ruas
Se o silêncio chamou a atenção, o comportamento do Kwid T-Tech surpreendeu. Rodamos com as diversas versões flex e o elétrico com 65 cv tem praticamente a mesma potência de 66 cv com gasolina do motor 1.0 a combustão. Mas a força (torque) de 11,5 kgfm contra 9,4 kgfm fez a diferença.
O torque garantiu arrancadas e acelerações rápidas, as vezes melhores do que as de carros flex de maior potência e força. O E- Tech acompanhou o fluxo nas principais ruas avenidas de Porto Alegre com ótimas retomadas de velocidade.
A direção elétrica macia facilitou as manobras de estacionamento em vagas apertadas. A suspensão bem calibrada e adequada ao conforto, garantiu perfeita condução do hatch elétrico ignorando as irregularidades do pavimento.
Em trechos de estrada, o comportamento do Kwid elétrico foi limitado às características do conjunto propulsor. Com 977 quilos, o desempenho foi sensível ao peso e o pequeno hatch acompanhou o fluxo dentro dos limites de velocidade.
O acompanhamento da autonomia e carga da bateria foi constante durante avaliação, como em todos os carros elétricos que testamos. Com o uso praticamente urbano, sempre que possível, aproveitamos o estacionamento de um shopping para recarregar a bateria.
Conclusão
O visual, o interior e os equipamentos do Kwid E-Tech remetem ao irmão flex. O conjunto propulsor sem emissões, silencioso e mais forte faz a diferença. Como carro elétrico, o hatch Renault tem o comportamento dinâmico mais ágil com arrancadas, acelerações e retomadas de velocidade rápidas. Típico veículo urbano de quatro lugares, é ideal para o uso diário com a vantagem de não poluir.
A infraestrutura e a rede de eletropostos do país precisam evoluir para acompanhar o crescimento da frota de carros elétricos. Como sempre, na decisão de compra, devem ser avaliados os objetivos, o uso e a relação custo/benefício com as demais versões do Kwid e os seus concorrentes.