A Fórmula E chega ao Brasil. A primeira prova da categoria de monopostos que estimulam a evolução da mobilidade elétrica e da sustentabilidade movimenta São Paulo. Neste sábado (25), os 22 FE estarão na pista de 2.960 metros que abrange o Sambódromo do Anhembi e avenidas laterais. Dois pilotos brasileiros, Lucas di Grassi, que já correu na Fórmula 1, e Sérgio Sette Câmara, participam da etapa brasileira do Mundial de Fórmula E, o E-Prix São Paulo.
O circuito preparado na área do sambódromo e seu entorno transformou a avenida do samba em pista de corrida. Pela manhã, os 22 carros e pilotos de 11 equipes terão treino livre e prova classificatória. Com largada no interior do sambódromo, a corrida começará as 14h com uma hora e meia de duração. Os organizadores esperam cerca de 35 mil assistentes.
A terceira geração dos carros elétricos , que estreou na atual temporada de 2023, percorrerá os quase três quilômetros do circuito do Sambódromo. Com longas retas, curvas sinuosas e chicanes, o traçado exige fortes freadas que regeneram energia para alimentação das baterias dos monopostos.
A evolução dos FE avançou. Menores, mais leves, potentes e rápidos, tiveram aperfeiçoamentos visual e no conjunto propulsor com destaque às baterias. Produzidas com materiais sustentáveis, com 100 quilos menos, serão recicladas e reutilizáveis o final do ciclo de vida útil.
A partir de uma célula de energia de 350 kW e potência de 470 cv, com dois motores, o dianteiro de 250 kW regenera a energia gerada pelos freios. A recuperação energética de até 95%. A velocidade máxima de 322 km/h é comparada à dos carros Fórmula 2.
Os monopostos contam com os mesmos chassis e conjuntos propulsores.
As diferenças ficam com os ajustes feitos por cada equipe e o desempenho do piloto. Das primeiras provas do calendário mundial da Fórmula E de 2014 até a temporada atual, os monopostos avançaram rapidamente no design, conjunto propulsor e tecnologia.
Evolução da FE
Na primeira temporada da primeira geração ( 2104 a 2017), o conjunto propulsor dos monopostos gerava 150 kw, cerca de 200cv. A regeneração de energia pelo sistema de freios de 100 kw obrigava parada obrigatória nos boxes para troca de carro. Na temporada seguinte foi a produção do conjunto propulsor e suspensões traseiras pelas próprias equipes. A potência aumentou para 170kw, 227cv) e os carros ganharam câmbio.
No último ano da Gen1, em 2017, o monoposto foi atualizado e o spoiler dianteiro recebeu mais uma ala e reforço maior resistência aos impactos das corridas. A capacidade de regeneração das baterias aumentou em 50% e chegou e 180 kW, aproximadamente 240 cv, e velocidade final de 250 km/h.
Visual ousado, menor, mais leve e potente, os carros da Gen2 (segunda geração) da Fórmula E estrearam na quinta temporada. O aerofólio foi substituído pelo efeito-solo para gerar pressão aerodinâmica. A potência do conjunto propulsor saltou para 250 kW, cerca de 335 cv e a autonomia das baterias aumentou e os carros chegavam à velocidade máxima de 280 km/h.
Nissan avança
A equipe Nissan chega à etapa de São Paulo com os bons resultados da última prova,na cidade do Cabo, onde o piloto Sacha Fenestraz conquistou sua primeira pole position na Fórmula E e, seu companheiro de equipe Norman Nato, terminou a prova pontuando pela segunda vez consecutiva.
A Nissan chega à quinta temporada reiterando compromisso compromisso com a eletrificação e com a sustentabilidade. Seu diretor, o italiano Tommaso Volpe comanda 40 pessoas e destaca o desafio de enfrentar um traçado totalmente novo e que deve apresentar dificuldades diferentes em comparação aos demais circuitos percorridos nesta nona temporada que começou no ano passado.
-Ele parece ter uma superfície extremamente irregular, com longas retas e amplas zonas de frenagem, além de termos de tomar cuidado com a possibilidade de ocorrência de chuva. Ainda não corremos em pista molhada desde o início da Gen3, portanto esse deve ser mais um fator a ser considerado.
Volpe enfatizou que "sabemos onde estão nossas forças e o que podemos melhorar, então acreditamos que podemos continuar evoluindo a cada etapa”.
O jovem piloto Sacha Fenestraz ressalta a chegada de um novo circuito que faz o nível da disputa ser ser mais equilibrado em relação aos pilotos mais experientes.
- Para mim, este fim de semana é quase como se eu estivesse correndo em casa, pois será a corrida mais próxima de onde cresci, em Córdoba, na Argentina. Alguns amigos virão para assistir à corrida e será realmente incrível.
O franco argentino de 23 anos destacou a possibilidade do traçado permitir ultrapassagens. A superfície irregular fara cada volta um verdadeiro desafio “ mas estamos bem descansados e nos sentindo bastante fortes”.
O piloto francês Norman Nato, que pontuou nas duas primeiras corridas, está animado para conhecer o circuito de São Paulo, mas preocupado com o pavimento irregular da pista.
- São várias chicanas lentas e teoricamente parece que vai ser mais fácil de ultrapassar do que em outros circuitos. Também estaremos em estado de alerta porque ainda existe a possibilidade de chover pela primeira vez nesta temporada, o que vai apimentar um pouco as coisas para os fãs.
Viagem a convite da Nissan