A produção e venda de veículos despencaram em janeiro na comparação com dezembro. O menor número de dias úteis, a ressaca das compras de Natal e do final de ano e ainda as férias e o pagamento de impostos influenciaram a produção e venda de veículos. O setor automotivo seguiu as oscilações do mercado e da economia brasileira no primeiro mês do novo governo federal. O resultado caiu em relação à dezembro mas cresceu na comparação com o mesmo mês de 2022. O único indicador positivo foi a exportação.
Os resultados de janeiro foram inferiores aos anteriores a pandemia do coronavirus e mesmo em relação a janeiro de 2021. Em 2022 a base foi baixa porque as montadoras enfrentavam a falta de componentes e ainda os efeitos do pico da ômicron.
A produção de 152.666 veículos despencou 20,3% na comparação com dezembro e saltou 5,1% em relação ao mesmo mês de 2022.
Foram 147.835 automóveis e comerciais leves, menos 15,6% sobre dezembro e mais 12,9% ao mesmo mês do ano passado.
O segmento de caminhões tombou 72,3% em relação a dezembro com a produção de 4.049 unidades e 57,2% na comparação com o mesmo mês de 2022. Foram montados 782 ônibus, menos57,9% sobre dezembro e 4,1% em relação a janeiro de 2022.
A venda de 142.582 veículos despencou 34,1% sobre dezembro e saltou 12,9% na comparação com janeiro anterior. Foram 130.681 automóveis e comerciais leves, menos 35,4% em relação ao último mês de 2022 e mais 11,9% em relação ao primeiro mês do ano passado.
Exportação e estoque
Em janeiro, o problema do setor automotivo foi mais de demanda do que de oferta
MÁRCIO DE LIMA LEITE
Presidente da Anfavea
A exportação foi o único segmento que cresceu tanto na comparação com dezembro quanto janeiro de 2022 com o melhor resultado dos últimos cinco anos.
Foram embarcados 33.058 veículos, mais 5,9% e 19,3% sobre dezembro e janeiro de 2022. Em valores foram US$ 709,145 milhões, mais 19,3%.
O estoque de 182,5 mil unidades, das quais 112,5 mil nos concessionários e 68,3 nas montadoras, correspondeu a 38 dias, sendo 24 mil nas lojas e 14 mil nos pateos das fabricas.
O resultado tímido de janeiro foi justificado pelo presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfaeva), Marcio de Lima Leite pelas férias coletivas da maioria das montadoras no começo do ano.
Nos anos anteriores, as férias foram antecipadas por paradas de fábricas em meses de escassez de itens como semicondutores. O O resultado de janeiro foi baixo em relação à produção próxima a 200 mil unidades antes da pandemia.
- O ano começa com o mercado automotivo desaquecido, em função das crescentes dificuldades de crédito e do clima de incertezas sobre o desempenho da economia em nível nacional e global”, ponderou Márcio de Lima Leite.