Os carros elétricos avançam no mercado por características que a combustão nem sempre possuem. Dirigir o Mini Cooper S elétrico foi tão bom ou até melhor do que o irmão a gasolina. O prazer é limitado pela autonomia da bateria, mas recompensado pelo desempenho e baixo custo de rodagem. As opções de condução permitem adequar o comportamento, do mais modesto ao esportivo. Rodamos em Porto Alegre com um Mini Cooper S E Top (versão intermediária elétrica), que custa R$ 264.990.
O ícone britânico avança no tempo acompanhando as inovações. O Mini foi para o Reino Unido o mesmo que o Fusca foi para a Alemanha e o Fiat Cinquecento para a Itália no pós II Guerra Mundial. Robustos, confiáveis, práticos e populares, conquistaram seus espaços, sobreviveram ao tempo e, no caso do britânico e do italiano, atualizados, chegaram ao presente com a propulsão do futuro, a elétrica.
Dirigir o Mini elétrico foi animador, comemorou a jornalista Priscila Nunes, ao justificar que realmente é um ícone britânico e faz jus a fama que conquistou. É o tipo de carro da vontade dirigir por horas, mesmo que, na maioria das vezes, restrito a percursos urbanos pela ainda incipiente rede de postos de recarga para recarga da bateria.
Como a jornalista enfatizou, o Mini agrada nos mínimos detalhes, desde o design até o acabamento interno, quadro de instrumentos, teto solar, porta-malas e, claro, o conjunto propulsor e a tecnologia. Dificilmente você encontrará algum defeito.
Único ponto é a autonomia dos elétricos em geral e que, no Mini, é ainda mais visível. Para a cidade, o carro é perfeito. Entretanto, nas estradas, é inevitável a preocupação com a autonomia da bateria.
Design atualizado
O visual do Cooper elétrico é diferenciado pela grade fechada, rodas de 17 polegadas com desenho das tomadas de energia elétrica da Inglaterra e detalhes como logotipos. Os faróis, luzes diurnas e sinalizadores são em LED. Os pneus runflat são do tipo 205/45 R17. As lanternas traseiras remetem à bandeira britânica.
O Cooper S três portas a combustão e o elétrico compartilham a mesma carroceria e a maioria dos equipamentos. O espaço é bom para o condutor e acompanhante e, nos dois lugares do banco traseiro, acomoda melhor crianças. O porta-malas leva 211 litros.
Interior e tecnologia
Com acesso por aproximação, partida por tecla no console, direção elétrica e volante multifuncional, o Cooper S E é bem completo. O interior tem acabamento escurecido e revestimento em couro nos bancos e laterais das portas, com detalhes cromados e em preto brilhante.
Gilberto gostou do quadro digital de instrumentos de cinco polegadas, colorido, que no modo Sport ficou vermelho e provocou acelerar mais forte. Com o Mini, não foi diferente.
Priscila ativou a multimídia com tela de 8,8 polegadas, no centro do mostrador redondo, compatível com Apple CarPlay.
O Cooper S elétrico tem head up display, ar-condicionado digital de duas zonas, teto solar panorâmico com acionamento elétrico, sensor de estacionamento traseiro e som premium Harman/Kardon.
A jornalista lembrou ainda recursos eletrônicos que facilitam a condução e aumentam a segurança, como o sistema de estacionamento automático, assistente de mudança involuntária de faixa e frenagem autônoma com detecção de pedestres, entre outros.
Autonomia nas ruas
Pegamos o Mini na concessionária com a bateria 100% carregada e o painel indicando autonomia de 185 quilômetros. O sistema faz a leitura pela última média, o que faz a diferença em relação à indicação da fábrica de 234 quilômetros pelo ciclo WLTP (europeu). Com a experiência de outros carros elétricos que já rodamos, procuramos entender as leituras de consumo e autonomia do Mini.
Os 184 cv e a força (torque) de 27,5 kgfm do conjunto propulsor com tração direta puxaram muito bem o Mini que pesa 1.440 quilos. Sobrou potência e força. A bateria de íon-lítio de 32,6 kWh pode ser recarregada em tomada doméstica com o carregador portátil, carregadores rápidos como o Wallbox e eletro pontos de corrente contínua. A recarga de 80% leva duas horas e meia em Wallbox de 11 kW (corrente alternada). Nos carregadores de corrente contínua de 50 kW, o tempo para até 80% cai para 36 minutos. O custo médio da recarga fica em torno de R$ 25 a R$ 30.
Rodamos sempre com atenção ao nível da bateria. Usamos os quatro modos de condução – Green, Green +, Mid e Sport – que alteram o desempenho e o consumo. Muitas vezes recorrendo ao Green + que aumentou a autonomia ao privilegiar a regeneração de energia e recarga da bateria. Funciona como freio motor e desliga o ar-condicionado. Fiquei com o MID e o Green, que combinam o conforto com menor consumo e boas respostas ao acelerador. O Gilberto gostou mesmo do Sport, que garantiu ótimo desempenho mas aumentou o consumo de energia. Alertei que a carga da bateria despencava a cada acelerada mais forte que ele dava.
Rodamos pelas ruas, avenidas e perimetrais de Porto Alegre em horários alternados. Passamos pelo centro histórico, saída da cidade pela Castelo Branco, BR/116 e Zona Sul. Quando autonomia baixou para 111 quilômetros, paramos por cerca de duas horas no ponto de carregamento do BarraShoping, tempo suficiente para a carga voltar aos 158 quilômetros no modo MID e 185 no Green+. Voltamos a rodar novamente e, quando entregamos o Mini, a autonomia caiu para 70 quilômetros. Ao todo, rpercorremos cerca de 200 quilômetros.
O Mini Cooper acelera de 0 a 100 km/h em 7,3 segundos e chega a velocidade máxima de 150 km/h limitada eletronicamente, conforme dados do fabricante.
Conclusão
O bom comportamento do Mini Cooper S elétrico é típico de um carro urbano com conforto, tecnologia e segurança, que na estrada fica limitado à autonomia da bateria ou existência de ainda poucos pontos de recarga. O desempenho é próximo e, nas partidas e retomadas de velocidade, melhor em relação ao irmão a combustão. Ao entrar na onda verde, é importante avaliar o uso do Mini elétrico ou o utilitário esportivo híbrido plug-in Country Man ALL4 considerando o uso que terá.