O alto desempenho combinado com o conforto, a sofisticação e a conectividade valorizam o comportamento esportivo do Mustang Mach 1. O ronco forte do motor V8 de 483 cv enche o espaço e deixa a sua marca por onde passa. Rodamos 700 quilômetros na Serra e no Litoral gaúchos com um Ford Mustang Mach 1, que tem preço sugerido de R$ 523.950 e venda por encomenda.
O Mustang é daqueles carros com a trajetória ao longo da sua história marcada como um dos esportivos mais vendidos no mundo. Símbolo do desejo, materializa o sonho da emoção das pistas nas estradas. Como a jornalista Priscila Nunes, que também dirigiu o Mustang e não conseguiu encontrar defeitos no carro com suas características esportivas. O Mach 1, com certeza é o sonho de consumo de muitas pessoas por todo o conjunto, potência, sofisticação e a luxúria que entrega.
Por onde rodamos, somávamos olhares, fotos e conversas paralelas. Incrível como o Mustang chamou a atenção do brasileiro. A jornalista lembrou que, no Exterior, como em Miami, o esportivo é comum nas ruas. Aqui despertou os olhares e provocou comentários nos mais diversos locais. Na tarde ensolarada no Lago São Bernardo, em São Francisco de Paula, foi atração à parte.
Ousada esportividade
Um dos motivos de sucesso do Mustang é a atualização certamente com a lembrança das origens clássicas do esportivo lançado nos anos 1960. Na frente, o capô ganhou uma faixa preta central com um filete vermelho na borda, no modelo que testamos. O novo para-choque tem aberturas maiores. A grade redesenhada adotou elementos circulares que remetem aos faróis auxiliares do primeiro Mach 1, de 1969. Os faróis são full LED como também as luzes diurnas, auxiliares de neblina e lanternas. Como Priscila enfatizou, o esportivo inteiro foi bem pensado e transparece o luxo.
O aerofólio, mais discreto, o novo difusor central, com formas triangulares, as quatro saídas de escapamento que vieram do GT500 e as lanternas interligadas por uma faixa preta e assinatura Mach 1 no centro completam a traseira do visual arrojado, esportivo e harmônico.
Conforto e conectividade
O interior do carro é sempre valorizado pela jornalista. Acesso por aproximação e partida por botão, com 4,788 metros de comprimento e distância entre eixos de 2,729m, o Mustang acomoda bem dois adultos na frente. O espaço traseiro, limitado em dois lugares, é restrito e acomoda melhor duas crianças. No Mach 1, ela elogiou os bancos revestidos de couro com uma faixa repetindo a combinação externa e o ótimo acabamento nas portas e painel. Em relação ao GT, que testamos em 2018, considerou o acabamento mais bonito. O que parecia fibra de carbono no GT deu lugar ao aço escovado no Mach 1.
A central multimídia é um dos componentes exaustivamente testado pela Priscila. Não foi diferente com o Mach 1 e até usamos o sistema de navegação do Sync 3 para chegar em determinados locais. O bom multimídia, interativo com Android Auto, Apple CarPlay e aplicativos, conta com tela sensível ao toque, comando por voz, navegação integrada e câmera de ré. Nota dez para o som premium Bang & Olufsen. Os bancos com aquecimento e resfriamento foram funcionais na temperatura gelada da Serra.
O Mach 1 conta com o FordPass Connect, que nos permitiu o acesso remoto aos comandos e informações do veículo pelo celular. Travamos e destravamos as portas, usamos a partida, o acionamento do ar-condicionado e a localização à distância.
Rasante no asfalto
O comportamento do Mach 1 foi mais esportivo em relação ao GT Premium que dirigimos nas ruas de São Paulo e Porto Alegre, no Autódromo de Interlagos e nas estradas gaúchas em 2018. Além da maior potência e força, focado na performance, o Mach 1 tem melhor ajuste para velocidades mais altas. São 483 cv contra 466 cv do GT distribuídos pelo câmbio automático de dez velocidades.
O Mustang rodou bem no asfalto, mas sentiu o pavimento irregular e o paralelepípedo em muitas ruas de Porto Alegre, da Serra e no Litoral. Priscila gostou de andar na cidade e ponderou que o Mach 1 cai como uma luva também no dia a dia. No modo Normal, por exemplo, o ajuste manteve a direção leve, as trocas de marcha foram feitas rapidamente e a suspensão chegou a ser macia para um esportivo
Gilberto preferiu a estrada, onde podemos explorar um pouco as virtudes do Mach 1. O Mustang tem vocação para as pistas e a vontade de acelerar aflora ainda mais com esse modelo. Porém, tivemos o cuidado de manter sempre a velocidade permitida nas vias públicas.
Rodamos em rodovias de pista simples, pista dupla e autoestrada. Inclusive em um trecho de terra em São Francisco de Paula. Nos modos mais esportivos – ao todo são sete, do normal até neve -, os pedais e as respostas do acelerador e freios ficaram mais sensíveis, a direção ganhou peso e a suspensão enrijeceu. Tudo para grudar o carro no asfalto.
Testamos na maioria das vezes no modo esportivo, o que deu bem para sentirmos os efeitos do paralelepípedo, do pavimento irregular e das oscilações da pista. Como Priscila lembrou, deveríamos ter trocado o modo de condução.
Os 483 cv do Coyote V8 5.0 foram bem distribuídos pelo câmbio automático de dez velocidades nas rodas traseiras. Trocas de marchas rápidas e silenciosas embaladas pelo o ronco forte do motor sensível ao acelerador. Uma perfeita sinfonia para quem gosta de velocidade. O conjunto propulsor ignorou as duas toneladas do esportivo.
Com a velocidade limitada em 80 quilômetros por hora, sobrou potência e força nas estradas sinuosas da Serra e das longas retas do Litoral. Os pneus 255/40 R19, na frente, e 275/40 R19 ajudaram e a estabilidade foi perfeita. Dos recursos eletrônicos, praticamente usamos apenas o controle eletrônico de velocidade adaptativo e o assistente de permanência em faixa. Os sistemas de frenagem automática de emergência e alerta de fadiga praticamente passaram batidos.
Nas BRs 290 e 101, o Mach 1 soltou a cavalaria. Principalmente na autoestrada Porto Alegre-Osório onde rodamos com segurança no limite dos 110 quilômetros por hora. Na Estrada do Mar, a suspensão adaptativa mostrou sua importância e ignorou as curvas rodando no limite de 80 km/h. Eficientes, os freios a disco Brembo pararam o Mustang sempre que preciso.
O Mustang, conforme a Ford, acelera de 0 a 100 km/h em 4,3 segundos e tem a velocidade máxima limitada em 250 km/h. O consumo de combustível variou muito dependendo do modo de condução e do percurso. No trânsito urbano, ficou entre 3,2 km/l e 6,3 km/l. Na estrada, em velocidade constante de 80 km/l a 110 km/l, variou 8,5 km/l a 7,8 km/l.
O ronco forte do V8, marca registrada do Mustang, pode ser programado ao gosto do condutor em quatro níveis sonoros: silencioso, normal, esportivo e pista.
Conclusão
O Mustang Mach 1 é um esportivo de alto desempenho, conforto e segurança para quem gosta de dirigir com emoção. Atributos que o colocam entre os mais vendidos no mundo em seu segmento. Como Piscila argumentou, o Mach 1, com certeza, é o sonho de consumo de muitas pessoas por todo o conjunto, potência, sofisticação e luxúria que entrega. Não tem defeitos. Aliás, apenas o seu valor, que não é para qualquer brasileiro conseguir adquiri-lo.