Com PRISCILA NUNES / Especial
Muito mais do que um superesportivo, o clássico cinquentão se confunde com avanço norte-americano no pós II Guerra Mundial. Dirigir o Mustang é uma experiência especial. Ainda mais como fizemos, na pista, nas ruas e nas estradas. Foram 700 quilômetros de pura emoção com o carrão chamando a atenção, mostrando sua raça e desempenho embalados pelo ronco forte do Coyote V8 5.0 combinado com o câmbio automático de dez velocidades. O Ford Mustang GT Premium custa R$ 299.900.
Considerado o Mustang mais confortável e rápido já lançado, além das linhas clássicas atualizadas, o que mais chamou a atenção foi o ronco do motor. Mesmo no modo silencioso, um dos quatro disponíveis, o 5.0 V8 roncou alto e forte como um show de rock pesado. São 466 cavalos de potência e força (torque) de 55,6 kgfm despejados nas rodas traseiras pela transmissão automática de dez velocidades.
A jornalista Priscila Nunes também apontou o ronco do motor e a potência como o diferencial do Mustang. “Foi interessante mudar os diferentes tipos de ronco do motor por comandos no volante”.
Parado, em marcha lenta nas ruas ou em alta velocidade o Mustang não passa desapercebido em todo o lugar. O que ocorreu em uma sinaleira em São Paulo, quando um motoboy aproveitou para fazer uma self, foi repetido também em Porto Alegre.
Ninguém ficou indiferente ao som esportivo. "Por onde passamos, despertamos dois sentidos: a visão e a audição. Talvez até mais sentidos, nos quais não nos demos conta" – lembra a jornalista.
Acesso por aproximação, a regulagem dos bancos foi rápido mas a colocação do cinto de segurança um pouco complicada. Ajustes feitos bastou tocar o botão de partida para o V8 soltar seu ronco. Com o leve toque no acelerador, o Mustang se movimentou, o velocímetro e o conta-giros subiram rápido e logo estava a 50 km/h em quinta marcha.
O comportamento nas ruas de Porto Alegre foi melhor do que em São Paulo. O Mustang rodou bem no asfalto mas sentiu, e muito, o paralelepípedo Mesmo no Modo Conforto, a suspensão, preparada para alta velocidade, sofreu no calçamento irregular e no pavimento precário das ruas da capital e também do Litoral.
O esportivo Ford não brincou na estrada. Na BR-290, entre Porto Alegre e Osório, sob forte chuva, nos modos Normal e Neve/Molhado, os recursos eletrônicos facilitaram a condução. Na pista molhada, os controles de tração e estabilidade, o alerta de colisão com detecção de colisão de pedestres, e os sistemas de frenagem de emergência e de permanência de faixa com detecção de fadiga corrigiram a trajetória e evitaram a aquaplanagem em trechos com muita água. Apesar das condições adversas rodamos seguros no limite de 110 km/h. Na Estrada do Mar foi a vez da suspensão adaptativa esquecer curvas rodando no limite de 80 km/h.
A tarde ensolarada ajudou o segundo test-drive, também pela BR-290 mas até o Parque dos Cataventos, em Osório. Desta vez, na pista seca, foi a vez de rodar no Modo Esportivo. “ Na cancela do pedágio, as pessoas não se intimidaram e tiravam fotos do carro. Assim como em todas as paradas durante o caminho. Fomos até Osório fotografar o Mustang e rendeu muitos cliques maravilhosos” comentou Priscila.
O V8 respondeu rápido, despejou potência e roncou alto. Os pneus 255/40 R18 na frente e 275/40 R19 atrás ajudaram e o Mustang flutuou. Ou melhor, fez um voo rasante. À noite os faróis em LED com a assinatura de três barras foram perfeitos. Para a jornalista multimídia, o desempenho do motor com seus 446 cavalos combinados com o câmbio automático de dez velocidades foi sensacional. "Precisamos controlar um pouco mais o carro para testar a potência, dentro dos limites de velocidade das estradas."
Priscila comparou o Mustang com uma nave, “daquelas mais sofisticadas". O interior, inspirado em cabine de avião, tem revestimento em couro e materiais macios. Os bancos esportivos, com aquecimento e refrigeração, acomodam bem o condutor e acompanhante. Atrás, o espaço reduzido leva razoavelmente duas pessoas.
Posição de conduzir ajustada, o quadro de instrumentos digital de 12 polegadas configurável tem fácil visualização. O condutor pode selecionar várias telas que acompanham o modo de condução e as principais informações. Também projetadas no para-brisa. Para Priscila “dirigir o Mustang foi uma experiência única e rendeu somente elogios.”
Volante multifuncional, o ar-condicionado digital de duas zonas, a central multimídia SYNC 3 com tela de 8 polegadas sensível ao toque e comando de voz traz navegação, câmera de ré, Bluetooh e duas entradas USB. Interativa com o Android Auto e Apple CarPlay, tem interface 4 AppLink para aplicativos do celular. O som Shaker Pro Audio System é distribuído por 12 alto falantes. A função Track Apps registra dados como performance do veículo, aceleração, tempo de volta e frenagem. Ainda oito airbags - frontais, laterais, de cortina e de joelhos.
Na cidade, o consumo de combustível ficou entre 2,9 km/l a 6,2 km/l. Na estrada, na velocidade constante de 80 km/l a 110 km/l variou 9,3 km/l a 7,6 km/l.
Na pista, colado no chão
No Autódromo de Interlagos, conduzir o Mustang foi uma experiência fantástica. O V8 mostrou a sua raça. Acelerei e os giros subiram rápido acompanhando o ronco do motor. A reta dos boxes e curva do Senna foram os melhores trechos. No Modo Esporte + ficou difícil acompanhar o velocímetro e mal vi quando passou dos 180 km/h. Apesar dos vidros fechados, o ronco estimulou pisar mais forte.
No S do Senna bastou pisar forte no freio que o eficiente Brembo e os controles eletrônicos entraram em ação. O Mustang literalmente colou no chão. Na sequência, foi só acelerar vencendo a curva mais famosa de Interlagos.
Conclusão: O Mustang GT Premium é um esportivo da melhor linhagem em nível com os principais concorrentes europeus. Embora não seja um carro para o uso diário, foi um prazer pilotá-lo nas ruas, estradas e na pista com conforto, desempenho e segurança.