Trânsito intenso das estradas é comum nesta época do ano. Mais do que ter paciência, o condutor deve estar atento a algumas situações. É de extrema importância, por exemplo, a revisão dos componentes da ignição.
– Muitas vezes, o motorista se baseia apenas na quilometragem para realizar as revisões, o que não é correto. Em casos de trânsito intenso, a quilometragem não é alterada, mas os componentes continuam trabalhando sob condições severas – explica o consultor de Assistência Técnica da empresa de assistência técnica NGK, Hiromori Mori.
Conforme o especialista, a revisão preventiva evita dificuldades ao dar a partida, o consumo excessivo de combustível, falhas durante retomadas e aumento dos níveis de emissões de poluentes:
– Devido à evolução tecnológica, os motores estão condicionados a trabalhar em situações adversas, o que impede que o motorista perceba a falha no início. Assim, quando o dono do carro identifica o problema, ele já está em um estágio mais avançado e, provavelmente, já prejudicou outros componentes importantes.
Outro ponto positivo da revisão preventiva, conforme o consultor, é o fato desse tipo de serviço ser, em geral, mais barato do que a manutenção em si.
– Segundo pesquisas do setor, o valor do reparo é, em geral, 30% mais caro do que a da inspeção. E a checagem garante mais segurança ao motorista, que não corre o risco de ficar sem o carro em um momento de necessidade.
Confira peças que podem sofrer desgaste por conta do trânsito intenso:
Sistema de ignição: velas, cabos e bobinas se desgastam mesmo que o carro não saia do lugar. A inspeção das peças é bem rápida e pode ser feita por um mecânico. Do contrário, o veículo pode até ficar parado na estrada.
Sistema de arrefecimento: olhar o nível de fluído no radiador é o mínimo que se espera de um motorista consciente. Mas deve-se conferir também o estado das mangueiras. Com o calor intenso de um motor funcionando parado, o material pode ressecar mais rápido do que o normal, apresentar vazamentos e causar grande problema.
Ventoinha: no tráfego pesado, a peça é vital ao veículo. Se ela não funcionar, o motor vai ferver e até fundir, caso o condutor insista em mantê-lo funcionando. Por isso, nessa época, é sempre bom checar os fios, os fusíveis e o sensor de temperatura que fazem parte do sistema.
Óleo do motor: quem pegou tráfego intenso muitas vezes não deve se basear, para a troca do óleo, apenas na quantidade de quilômetros rodados. Antecipe a troca em até 15% (baseando-se na quilometragem), caso tenha ficado parado no trânsito muitas vezes.
Embreagem: nos carros mais antigos, a tendência é que as peças da transmissão (disco, platô e rolamento) se desgastem bem mais rápido, pois serão utilizadas mais vezes. Normalmente, essas peças duram mais de 50 mil quilômetros, mas muitos carros (como os de taxistas) já apresentam problemas aos 25 mil km. Não substituir as peças, inclusive o cabo da embreagem, pode fazer com que o automóvel fique parado na estrada.
Ar-condicionado: no calorão como o do verão gaúcho, ficar parado no trânsito, sem ar-condicionado, beira o desesperador. Mas o geladinho pode ser enganoso. É necessário fazer periodicamente a higienização do aparelho para evitar fungos e bactérias. Não há época certa para a troca no Brasil, pois o país tem terrenos e climas muitos diferentes. Em Portugal, a norma é que se troque a peça a cada 10 mil quilômetros no uso urbano e a cada 5 mil km na condução em vias rurais. Serve de referência.