Não foi por acaso que a final da Copa do Mundo foi marcada para o dia 18 de dezembro. No próximo domingo, será comemorada também a data nacional do Catar, alusão à unificação do país, acontecida em 1878, e ao fato de ser marcar aniversário da passagem do Sheik Jassim bin Mohammad Thani como sucessor de seu pai como líder nacional.
Antes de qualquer cerimônia no Estádio Lusail, haverá na região de Corniche um grande desfile militar com a presença das maiores autoridades do país, evoluções de aviões da força aérea e uma apresentação da guarda montada, que se divide entre homens sobre cavalos e outra legião desfilando em centenas camelos. A “camelada” já fez seu ensaio na tarde desta quinta-feira (15), na região do Souq Waquiff.
Goleada argentina
A França está a pouco mais de seis horas de voo do Catar. A oferta de viagens é bem superior àquela destinada a deslocamentos da América do Sul. Nada disso, porém, fará com que os franceses tenham presença significativa no Estádio Lusail. A final da Copa do Mundo será em casa argentina.
Impressiona a presença dos hermanos desde o início do Mundial e a maneira como conquistaram o povo local e estrangeiros que já foram eliminados, mas adotaram a bandeira “celeste y blanca”. Não há ponto de Doha em que não se veja uma camisa da Argentina ou alguma alusão a Lionel Messi. Franceses identificados são raridades.
Análise furada
Um dos maiores laterais da história e, consequentemente, do futebol brasileiro, Roberto Carlos está no Catar como “legenda da FIFA”. Exemplo de potência no chute, vigor físico e personalidade forte, ele segue sendo ídolo entre torcedores no Brasil e no mundo inteiro.
Tudo isto não impede que o craque cometa deslizes em suas avaliações. Ao colocar a carreira de Neymar nas mãos da imprensa, dizendo que o atacante “sofre muitas críticas”, ele faz uma análise rasa e preconceituosa. Da mesma forma, diz que parou de jogar porque estava sendo muito criticado, o que é outra simplificação. RC encerrou a carreira quando viu que já não jogava nem perto do que em seu auge. Só isto.
Babaquice da Fifa
Estão definidos os uniformes das finalistas da Copa do Mundo. Nem França e nem Argentina jogarão com seus fardamentos titulares. Só que não há um motivo lógico para esta escolha, visto que não existe coincidência de cores ou tonalidades nas peças de franceses e argentinos. Em 2018, na Rússia, ambas as equipes usaram camisetas, calções e meias titulares sem nenhum inconveniente.
A Fifa sempre foi zelosa para não haver semelhanças nas roupas dos times e leva em conta até a da arbitragem. Nada disso, contudo, justifica a miscelânea imposta para o jogo de domingo. Camisa, calção e meias azuis para a França, e camiseta branca e celeste, calção branco e meia branca para os argentinos. Farão falta os calções brancos e as meias vermelhas para os franceses e o calção preto com meias brancas vestindo os argentinos.
Os melhores
Já estamos em fase de avaliações e escolhas dos melhores da Copa do Mundo. A disputa entre Messi e Mbappé como melhor da competição é um consenso, mas as próprias seleções finalistas apresentam outros grandes destaques.
Não tem como dissociar a campanha argentina do surgimento mágico de Enzo Fernandez a partir do jogo contra o México ou o desempenho francês da figura de Griezmann, que consegue jogar mais do que quando foi campeão mundial em 2018. Além deles, ninguém vai esquecer do veterano croata Modric e sua longevidade mágica no meio-campo. Aí já temos cinco. Que decidam-se sobre quem são os outros seis do time ideal do Catar 2022.
Debandada
As grandes redes de televisão já desmobilizaram parte de suas equipes no Catar com a aproximação da final do Mundial. Em alguns lugares típicos de Doha estão montados os chamados “glass studios”, aqueles envidraçados em que a paisagem ao vivo é o cenário.
No largo que fica em frente ao mercado Souq Waqiff, já se viam nesta quinta-feira (15) estúdios vazios na maior parte do dia. A própria esplanada apresentava bem menos movimento do que o visto semanas atrás.