Quem viu a grande recepção que parou a Avenida Sertório nas proximidades do aeroporto e que levou milhares de torcedores ao Beira-Rio no dia 15 de agosto de 2018 dificilmente imaginaria a situação que seria vivida por aquele que foi o motivo de tanto delírio quase três anos depois. Paolo Guerrero se recupera de uma segunda cirurgia no joelho direito, trabalha ainda com fisioterapeutas e vive um esquecimento por parte dos colorados.
O peruano já chegou ídolo no Inter e fez o clube virar notícia pelo mundo afora. Ainda que tenha esperado oito meses para estrear, o centroavante peruano mostrou qualidade e passou a fazer o que mais sabe: gols. Agora, não há nem quem o coloque como reforço para o time que tem Yuri Alberto e Thiago Galhardo para a posição.
O mais dramático é que o centroavante, por maior capacidade técnica que já tenha demonstrado, não faz falta à equipe atual. Não foi por sua ausência que o Inter perdeu o Gauchão, mais uma vez deixou de ganhar Gre-Nal e começou claudicante o Brasileirão. Não bastasse isto, a condição física não o colocou na seleção peruana na Copa América. Guerrero dá todos os sinais de que está apenas esperando o final de seu contrato para sair do Inter, algo que não parece ser lamentado pelo clube.
Não se julgue a contratação de Paolo Guerrero pelo que se está vendo agora. É verdade que ele esteve muito tempo parado, primeiro pela suspensão por doping e mais recentemente pela lesão no joelho. Sua presença colocou o clube em evidência, como se houvesse conquistado um título, algo que para quem vive um jejum de taças se torna importante.
Nem Diego Aguirre fala sobre um futuro aproveitamento do centroavante, esperando uma recuperação plena — algo até certo ponto incerto, visto que o retorno no Gauchão custou uma nova cirurgia.
Após ter demonstrado vontade de sair do Beira-Rio e voltado atrás, a passagem do ídolo peruano pelo Inter se encaminha para um final em que cada um esperava mais do outro, mas que nenhum pode se queixar. Coloque-se no rol dos infortúnios do futebol em que não há culpados.