Por mais que Diego Aguirre tenha dado ao time do Inter um padrão de jogo menos exótico e mais eficiente, os resultados no Brasileirão são muito ruins. O desempenho da equipe não recomenda uma expectativa boa em termos de título. Aquilo que esteve a um gol de ser obtido há quatro meses passou a ser uma ilusão. A troca de técnico minimizou uma situação de crise no Beira-Rio, amansou os torcedores mais exaltados, mas não extinguiu as críticas e pressões. A situação só não está mais tensa porque o grande rival passa por uma fase terrível como lanterna do campeonato e promovendo uma troca estratégica e desesperada no seu comando.
A pouca alegria colorada no momento está muito relacionada à desgraça gremista. Isto pode servir como paliativo, mas está longe de solucionar o drama do Inter. Sem o título do Brasileirão como algo palpável, a Libertadores segue sendo um sonho em função da fórmula de disputa e, como tal, precisa ser valorizadíssima, embora toda a dificuldade que significa sua conquista. Em meio a estas duas competições e, não devendo depender da crise alheia, os colorados estão diante da necessidade de realinhamento, sob pena de uma nova crise se estabelecer num prazo não muito longo.
A semana com o jogo contra o São Paulo e posteriormente o Gre-Nal terá aumentada a pressão que, desta vez, não ameaça o cargo do técnico, mas coloca dirigentes e jogadores muito expostos à ira da torcida. A recuperação de um desempenho mais qualificado e digno de credibilidade só será completa se acompanhada por resultados. Sem eles, a única coisa que seguirá dando alento aos colorados será o rival convivendo com seus problemas. Isto não basta, especialmente para quem não conquista taças há muito tempo.