Não existe nada mais desgastante numa competição do que reclamações contra a arbitragem. A linguagem popular até já tratou de qualificar como "chororô" determinadas manifestações. Jamais pode ser tirado o direito de manifestação de quem se julga prejudicado. O que não pode é vulgarizar a atitude do protesto.
Não seria nenhuma demasia, se, em alto nível, a diretoria do Inter tivesse tecido comentários sobre a polêmica havida ao final do jogo contra o Sport. Não precisava vociferar contra os juízes, mas o silêncio foi a preferência dos dirigentes. Faltou uma entrevista após o jogo desse domingo (30), e o motivo maior até não seria o gol que não valeu e segue sendo discutido.
Após a entrevista de Miguel Ángel Ramírez, ninguém mais se manifestou. O normal é haver um dirigente que varia entre presidente vice de futebol ou diretor-executivo. Nenhum apareceu, talvez em função do adiantado da hora — o que pode ser um motivo, mas não justifica. O treinador ficou com a única palavra, sujeito a todo o tipo de contestação e sem um respaldo posterior. Ramírez foi desprotegido por seus superiores. Isto é erro estratégico.
Também não se mostra o melhor meio de manifestação as postagens do presidente colorado, mais tarde, em sua rede social. Por mais que esta seja uma maneira extremamente atual de comunicação, o meio do futebol ainda exige o presencial, a palavra no microfone e, se possível, com imagem.
Se manifestar apenas por mensagens não vai ajudar o Inter. É possível até que poucos saibam que houve, por exemplo, críticas ao juiz. Faltou a voz e a expressão da diretoria para explicar um jogo com sabor de derrota, em casa, contra um adversário teoricamente fraco, em meio a protestos e dentro de casa. A torcida precisava ouvir isto, bem como possíveis providências e até uma reclamação contra a arbitragem.