O entendimento entre Paolo Guerrero com a diretoria do Inter, com o peruano desistindo da ideia de rescisão contratual, tem muito mais a cara de arestas aparadas do que de arrependimento. Certamente, o peruano não ganhou uma promessa de titularidade, um aumento salarial ou uma promessa de renovação de contrato. Há no ar, entretanto, uma clara ideia de que ele passou a ter garantias de cumprimento pleno de compromissos colorados que vão além dos vencimentos contratuais na carteira de trabalho.
O centroavante esteve no limite para desmanchar o encanto de uma relação que começou com milhares de torcedores delirando com sua chegada em 2018 e que recentemente se viu frustrada pela fatalidade de uma lesão grave.
Guerrero lançou-se na mídia para tomar pé de seu prestígio para seguir no clube ou despertar interesse imediato de outras agremiações e não se deu bem. Os torcedores mostraram descontentamento e até passaram a aprovar uma saída do jogador. O recado ficou claro por parte de torcida e diretoria. Este sentimento, porém, não resistirá a gols que o atacante volte a marcar, especialmente se acontecer num Gre-Nal. Aí, estarão esquecidas eventuais mágoas.
Da mesma maneira que foi clara a manifestação de desejo em sair, houve a busca da recuperação. De evidente, ficou a mais do que tendência de que o contrato será cumprido até dezembro, como previsto, e que depois haverá uma separação.
Para evitá-la, o que é pouco provável, Guerrero precisará ser muito mais protagonista do que já foi nestes quase três anos de Inter. A imagem do camisa 9 ficou chamuscada, mas não irremediavelmente queimada entre os colorados. Nada que conquistas e artilharias não solucionem.