Quando uma partida, aos 30 minutos do primeiro tempo, está 6 a 0 para uma das equipes, os alegres gritos de gol passam a se confundir com gargalhadas. O efeito de um jogo extremamente desequilibrado leva as pessoas para o lado do humorismo, proliferando-se piadas, trocadilhos e muitos risos. O futebol vira comédia para o torcedor. Dentro do campo, porém, por mais alegres que estejam os jogadores, o que vale é o profissionalismo e o Grêmio assim tratou o massacre sobre os venezuelanos do Aragua.
Todos sabiam que a vitória gremista ocorreria de maneira fácil, mas que era preciso tirar proveito das facilidades. Havia jogadores necessitando aproveitar a oportunidade. Luiz Fernando que o diga, apesar da lesão sofrida no final. Maicon viveu a rara experiência de atuar 90 minutos e ainda fazer um gol. Diego Churín não podia passar por este jogo, ainda que entrando na segunda etapa, sem marcar, sob pena de ver crescerem muito as preferências por Ricardinho como substituto imediato de Diego Souza.
O Grêmio foi sério e fez o que tinha de fazer. A maior goleada da história da Arena é combustível anímico para as decisões que virão no Gauchão, para a sequência da Copa Sul-Americana e na evolução do trabalho até aqui 100% de Tiago Nunes.
Por mais que o resultado seja humilhante para quem o sofre, o Grêmio não desrespeitou o Aragua. Esta é a lição que fica da goleada, especialmente para um time com jovens atletas. O grau de dificuldade vai mudar muito entre os próximos adversários, mas a seriedade mostrada nessa quinta-feira (6) precisa permanecer até quando a equipe não estiver bem tecnicamente ou sofrer uma derrota. A comédia ficou por conta dos espectadores, o compromisso para quem entrou em campo.