Renato Portaluppi está saindo do Grêmio de maneira natural. Quando se fala em "ciclo encerrado", ao mesmo tempo em que existem críticas fortes pelo que está sendo visto, há o reconhecimento que em determinado momento, um longo momento, houve sucesso no trabalho. O desgaste da longa permanência é absolutamente natural. Seguir no cargo poderia significar convicção ou teimosia para o profissional ou para os dirigentes que o queriam por mais tempo, caso assumido do presidente Romildo Bolzan Júnior.
Se era a hora exata para a saída não se sabe, mas que foi um momento possível, talvez adequado, é bem provável. Termina uma era que foi marcada por pontos positivos e títulos e que terminou de maneira desagradável. Agora, o Grêmio precisa se preparar para uma transição que deve ser complicada. Ninguém chegará para substituir um treinador do peso de Renato e modificará radicalmente o cenário em pouco tempo. Os gremistas precisam estar preparados para um período de instabilidade até que as coisas voltem ao normal.
Sem o comandante de quase cinco anos, e com a ascendência de quem é o maior ídolo do clube, há todo um ambiente de trabalho acostumado a métodos, tratamentos, manias, vícios e rotinas. Isto vale para fora de campo, mas terá o reflexo mais forte dentro das quatro linhas. É de se esperar um novo jeito de jogar da equipe, escolhas diferentes na escalação e uma postura tática distinta da utilizada com sucesso desde 2016 e que, recentemente, vinha dando resultados pífios.
Não se espere para o futuro imediato uma recuperação plena do time do Grêmio. Seja quem for o sucessor, haverá uma herança e uma estátua de Renato Portaluppi no CT Luiz Carvalho e na Arena. Um novo time e uma nova era só surgirão após um tempo de sacrifício para preparar um novo terreno e reconstruir um modelo de futebol.