O futebol do Rio Grande do Sul está mais pobre desde esta quinta-feira (29). Morreu Dirceu de Castro, presidente do Esporte Clube Cruzeiro, o simpático e grandioso clube que tem uma rica história, seja na origem em Porto Alegre ou na recente identidade como agremiação de Cachoeirinha. Dirceu não viu o título gaúcho no longínquo 1929, nem esteve na excursão à Europa com a equipe que encarou o Real Madri e segurou no 0 a 0 o embate com a equipe do grande Di Stéfano.
Dirceu de Castro comandou o Cruzeiro-RS, seja como presidente ou conselheiro, no momento de renascimento do clube e o colocou novamente nas páginas esportivas e no cenário nobre do futebol gaúcho. Ele encarou o desafio de participar da transferência cruzeirista de Porto Alegre para Cachoeirinha. Ali, além da construção de um novo estádio, estava a missão de buscar integração com uma comunidade, algo que que foi perdido ao longo dos anos na capital.
Naquela que é chamada de Arena Cruzeiro, o dirigente fez de tudo na construção e o estádio hoje é uma realidade. Dirceu de Castro também foi o líder na conquista da Segundona em 2010 e em campanhas destacadas na primeira divisão nos anos seguintes. O Cruzeiro-RS reacendeu sua luz. Mais recentemente um título gaúcho na categoria sub-17 em 2019 marcou a primeira conquista na casa nova. Na festa, lá estava o "Comandante Dirceu".
Está caindo de maduro homenagear Dirceu de Castro naquela que uma obra dele, mais do que de outros ilustres e famosos cruzeiristas. É preciso batizar o estádio de Cachoeirinha com o nome do dirigente que dividirá com antigas e ilustres figuras a honra de ter sido um dos maiores presidentes da história estrelada. Dirceu merece. Não bastará homenageá-lo com placa ou quadro. Chamar de Arena Cruzeiro é muito vago. Outras tantas e maiores arenas existem por aí. Dirceu de Castro foi apenas um e só o Esporte Clube Cruzeiro teve.