Por mais que se deva reconhecer a grande fragilidade do Táchira, não se pode sonegar ao Inter méritos na vitória que o levou à momentânea liderança de seu grupo na Libertadores. Agora é esperar o resultado do Olímpia diante do Always Ready para ratificar a posição. Muitas vezes se joga contra equipes mais fracas e não se apresenta um futebol superior. Não foi o que se viu no Beira-Rio. O time de Miguel Ángel Ramírez, do meio-campo para o setor ofensivo nitidamente mostra evolução e desenvoltura. Mesmo com Palacios ainda tímido e atrapalhado na hora da recomposição, o que lhe rendeu uma expulsão, houve bom desempenho coletivo com algumas individualidades se salientando, como Edenilson e Patrick, ambos ainda em adaptação ao esquema de Ramírez. Há, porém, um alerta reincidente e importante. O sistema defensivo peca muito quando pressionado.
Ainda que Cuesta se destaque fazendo gol, dando assistência e com imposição em disputas pessoais, o coletivo da retaguarda colorada é uma fábrica de chances para os adversários, mesmo os mais modestos como o Táchira. Há muitos erros técnicos pessoais, dos quais não escapam nem o experiente e qualificado Rodrigo Dourado. Zé Gabriel que acabou machucado segue devendo e Moisés, quando acionado para iniciar uma movimentação é uma temeridade. Culpa dos atletas? Só até certo ponto. Claramente há uma dificuldade dos jogadores se adaptarem às exigências inarredáveis do treinador. Qualquer marcação alta tem representado dificuldades para os colorados que também não estão convencendo no combate direto quando os inimigos atacam com bola dominada.
Embora se admita que a mudança de cultura tática leve tempo para ser consolidada, no Inter há uma urgência com o fato dos próximos jogos serem decisivos, tanto no Gauchão, como no encaminhamento da Libertadores.
Além de Edenilson e Patrick, os maiores destaques, vale valorizar a movimentação de Mauricio com muita personalidade, algo que precisa ser mostrado porque, além da disputa de posição com Praxedes, Taison chegou para entrar no time e não sair. A propósito, a não utilização da grande contratação colorada foi um pecado do técnico Ramírez. O jogo permitia, mesmo com a expulsão de Palacios. Marcos Guilherme segue sem se justificar.