Quem conversava há algum tempo com o ex-presidente colorado Fernando Carvalho sobre o time do Inter sempre ouviu ideias de escalação e posicionamento dos atletas. Carvalho, antes de tudo, é um fanático por futebol e pela evolução das estratégias táticas. Em determinados momentos se cogitava a possibilidade de colocar o volante Patrick como lateral-esquerdo. Carvalho tinha urticária quando isto era ventilado e dizia, contrariando qualquer especulação:
- Se eu fosse técnico, o Patrick seria ponta-esquerda. Ele é condutor, e bom condutor, de bola. Jogando muito atrás provavelmente a perderia no meio do caminho, daria contra-ataque e não teria condições físicas para suportar um jogo. Mais perto da linha de fundo do adversário, correrá menos e estará mais próximo de fazer ou ajudar para que outros façam gols. E, se perder a bola, tem um campo inteiro para o time se rearmar.
Certamente sem nenhuma dica de Fernando Carvalho, Miguel Ángel Ramírez chegou ao Inter e está tentando fazer exatamente o que desejava o ex-presidente, entre outras alterações. Rodrigo Dourado, por exemplo, está atuando mais recuado e com a incumbência de começar ar jogadas na defesa. Já Patrick hoje é o ponteiro-esquerdo colorado e aí surge a coincidência com a vontade do ex-dirigente. As atuações do jogador ainda não atingiram o nível que foi apresentado no meio no último Brasileirão, mas está claro que o treinador o quer conduzindo a bola até o fundo do campo para se aproximar ao máximo e servir seus companheiros nas cercanias do gol adversário. Finalmente está realizado o desejo de Carvalho que agora confere a eficiência e torce para que sua tese vingue.