Romildo Bolzan Júnior já falou em constrangimento pela campanha do time do Grêmio. Renato Portaluppi já mostrou mais de uma vez descontentamento pela não obtenção de reforços pedidos. Nenhum destes fatos, e outros que aconteceram nos últimos quatro anos e meio, serviu para desfazer uma dupla que possivelmente vá permanecer junta até o final do ano que vem. No final de 2021, quando se encerrar o recém renovado contrato de Renato, possivelmente haverá um novo acerto, o último de Romildo como presidente.
A renovação do treinador neste ano não chegou a ser tumultuada, mas conviveu com aspectos que ameaçaram sua permanência no Grêmio. Há uma distensão na relação com a torcida que não está unânime em torno de seu nome. Existe uma pressão não vista nos anos anteriores. Além disso, houve o poderoso assédio do Atlético-MG. Se Renato em algum momento se abalou com críticas, ele jamais admitiria, ou se viu tentado a ir para Belo Horizonte, certamente ele pensou no respaldo e na parceria de Romildo. O presidente jamais demonstrou preocupação ou deu pistas que poderia haver um "plano B". Claro que ambas as coisas podiam estar acontecendo, mas não transpareceu. Ele apostou numa parceria que é mais do que um projeto. E se deu bem.
A tendência do Grêmio não mudar seu treinador antes do fim do mandato do atual presidente é grande, mas claro que não se trata de algo definitivo. A dupla Romildo e Renato não está imune a um desempenho que siga não convencando ou sem conquistas expressivas. É por isto que se torna importante a conquista da Copa do Brasil diante do Palmeiras neste domingo (7). Isto será uma forma de fortalecer a parceria diante do torcedor, não iniciando o novo compromisso sob o signo da contestação, o que fragilizará a figura do comandante de campo e obrigaria o dirigente a reafirmar com a habilidade de sempre que o torcedor precisa confiar e que ele garante a continuidade.