As entrevistas do Grêmio depois do Gre-Nal mostraram bem a distinção que precisa ter um presidente na hora de uma manifestação em relação aos homens de campo. Romildo Bolzan Júnior estava provavelmente tão indignado quanto Renato Portaluppi, algo que ambos têm direito quando se julgam injustiçados ou prejudicados. A sintonia entre os dois já se mostrou beirar à perfeição, mas há horas em que as diferenças aparecem.
O que eleva o dirigente é o fato de não tentar criar uma cortina de fumaça diante de um resultado que também teve responsabilidades tricolores como a não entrada de Ferreira na equipe ou o tempo das substituições. Renato não anda bem recentemente diante dos microfones, onde quase sempre mostrou habilidade. O técnico ameaçar de usar time reserva para desmoralizar a disputa, falar em cartas marcadas contra o Grêmio ou desaforar jornalistas só faz com que Romildo precise fazer o que fez, reduzindo tais declarações, desautorizando os exageros e, dando nível ao momento, o que é um bom passo para resolver problemas.
Sem capitão
A perda de Pedro Geromel até março era prevista desde a saída do zagueiro do gramado do Beira-Rio carregado no Gre-Nal. Até se temia algo pior como uma ruptura de tendão de Aquiles, o que o tiraria de ação por mais de seis meses. Dos males, veio um menor, embora grave. A ausência do capitão enfraquece um sistema defensivo que há anos é destaque do Grêmio, especialmente pela dupla com Kannemann. É bom lembrar, porém, que na temporada 2020/21, Geromel ficou fora de muitas partidas em função de lesões e, ainda assim, o setor é o menos vazado no Brasileirão. As opções de substituições como Rodrigues ou David Braz são bem melhores do que as apresentadas pelo elenco em anos anteriores, mas, pensando-se numa final de Copa do Brasil, o prejuízo é gigantesco.