Uma semana depois da goleada sofrida na Vila Belmiro, o Grêmio estará diante do início de uma nova decisão, a semifinal da Copa do Brasil. A Libertadores virou um passado amargo que precisa ter gerado lições para a equipe gremista e seu treinador. Tal qual o Santos de Cuca, o São Paulo, de Fernando Diniz, tem muito a característica de seu treinador e mais uma vez o duelo das casamatas deverá definir a classificação.
De parte de Renato Portaluppi um erro cometido dificilmente será repetido: o treinador gremista provavelmente evitará de dizer aos quatro ventos que seu time tem o "melhor futebol do Brasil". Sem condenar a autoconfiança que o comandante tenta transferir a seus atletas e à torcida, tal afirmação foi totalmente abalada pela maneira como o time foi eliminado na Libertadores. Isso sem falar que deu combustível para o adversário dobrar a motivação. Também de responsabilidade do técnico estão escolhas diferentes das efetivadas em Santos. Kannemann precisa voltar à zaga e no lado direito ofensivo, sem Alisson, Luiz Fernando ou Pinares, Ferreira é uma escalação obrigatória. Isto deveria acontecer, aliás, se tivesse também os que atuaram na Vila Belmiro.
Se o técnico necessita alterar sua estratégia e as opções, vale o mesmo para os atletas. Jean Pyerre não pode repetir a atuação da última quarta-feira (16). Mesmo que esteja sem ritmo, há uma exigência maior de participação na partida. Não fará mal nenhum uma expressão de indignação com eventuais erros ou até uma cara feia diante de faltas sofridas ou falhas da arbitragem.
Também será imprescindível para o Grêmio que Pepê retome seu protagonismo, seja pela movimentação ofensiva, pelos dribles ou pelas finalizações. Caberá igualmente a Matheus Henrique uma mudança de postura, seja evitando a perda da posse de bola em locais delicados do campo ou sustentando a atuação de seu parceiro de setor, seja novamente Darlan ou Lucas Silva.
Como um todo, é bom o Grêmio saber que haverá contra si uma equipe que marca alto e é extremamente ofensiva e intensa. Se não tem a tenacidade do Santos para tirar espaços em todos os setores do gramado, o São Paulo ataca em bloco, mas se mostra vulnerável em contragolpes. Fernando Diniz não tem a experiência de Cuca, mas os são-paulinos têm em campo alguém com a experiência vencedora de um Daniel Alves. Tudo isto precisa ser compreendido pelo Grêmio para, a partir da próxima quarta-feira (23) tentar seguir na única competição que pode lhe dar um título em 2020.