Quem ja a viu nos tatames tem a certeza de que ela estará em Tóquio no ano que vem para buscar seu terceiro pódio olímpico. Quem conhece sua história reforça o pensamento otimista. Mayra Aguiar passou a viver na última semana o drama da dor forte no sentido físico e a pancada emocional que representa uma ruptura de ligamentos num joelho faltando menos de nove meses para os Jogos. Mas, pouca gente no mundo sabe lutar como ela.
Mayra construiu uma história vitoriosa no judô que a elevou à condição de número um no esporte do Rio Grande do Sul entre homens e mulheres em termos de conquistas, pelo menos nas modalidades olímpicas, visto que o jogador Ricardinho, do futebol para cegos, é absoluto no mundo entre os paratletas. Não é apenas por coincidência que a superação identifica estes dois monstros.
Os cálculos médicos permitem sonhar com uma recuperação adequada para Mayra Aguiar. Ela própria, já garantiu ter passado bem da cirurgia, o que é um passo inicial muito bom. Não há, porém como conter a angústia por nossa campeã. Após a recuperação clínica há a necessidade da volta aos treinos e ao ritmo visando a maior de todas as competições contra as mais difíceis adversárias. É hora da cabeça funcionar, seja individualmente ou com aqueles que a cercam, seja comissão técnica, colegas judocas, familiares, amigos ou simplesmente fãs, e são muitos.
Cabe a quem gosta do esporte e de grandes atletas torcer por Mayra Aguiar fora dos tatames. Que ela seja a craque que é nas sessões de fisioterapia, nos primeiros exercícios, na disciplina para seguir comandos médicos e técnicos...Enfim, que ela seja a Mayra que já superou outras tantas lesões e que brindou o Brasil com uma infinidade de medalhas, sendo duas de ouro em mundias e duas de bronze em Olimpíadas.