Os números apenas comprovam o que era perceptível para todos. O meia-atacante Alisson passou o Gauchão, a fase de grupos da Libertadores e o início do Brasileirão como o jogador de melhor desempenho no time do Grêmio. Com técnica, intensidade e disciplina tática, o ex-jogador do Cruzeiro foi ponto de equilíbrio entre o meio-campo e o ataque e fez os gremistas esquecerem Ramiro, titular em conquistas importantes como Copa do Brasil e Libertadores.
Quando sofreu a lesão ligamentar no tornozelo, numa entrada violenta do são-paulino Tche Tche, Alisson gozava de titularidade absoluta e nada parecia ameaçar esta condição, tanto que houve justo lamento de todos pela ausência longa que se desenhou. Passado quase um mês, da partida diante do São Paulo, o time gremista experimenta uma boa fase, com seis vitórias consecutivas e novas opções surgiram para Renato Portaluppi no setor ofensivo pelo lado direito. A volta de quem era titular pode passar por uma disputa inesperada.
A recuperação de Alisson ainda vai demorar cerca de duas semanas, segundo previsão dos médicos. Seguindo o bom momento da equipe, crescerão os conceitos de jogadores como Ferreira e Luiz Fernando que vêm sendo usados no setor com bom aproveitamento e mais afeitos às jogadas ofensivas. Nos dois casos, porém, já foi notada a preocupação com a recomposição. Há também uma possibilidade de se experimentar na posição o chileno Pinares, recém contratado e que joga pelo lado,tanto como centralizado. Todas estas alternativas podem se beneficiar da entrada de Jean Pyerre que vem criando facilidades para o entendimento coletivo, algo que era uma carência da equipe.
Quando estiver recuperado, desde que bem condicionado, Alisson merece voltar ao time principal. Ele também tem direito de se valer do momento de melhor organização coletiva proporcionado por Jean Pyerre e o acerto do meio-campo. Há de se entender, todavia, de que uma fatalidade vitima um jogador não só pela lesão, mas pelas consequências da parada, principalmente quando a concorrência surge forte. Este é o caso. De pouco valerá o que foi feito até outubro.