Não houve surpresa quanto ao aumento das dificuldades enfrentadas pelo Brasil diante da seleção peruana, nesta terça-feira (13). Foi neste cenário esperado, porém, que o time reinventado de Tite mostrou valores que não tinham sido revelados no fácil jogo contra a Bolívia, na sexta (9). Os brasileiros sofreram, erraram, mas mantiveram ritmo e competitividade até o final, fazendo por merecer a vitória e o placar contra um adversário competente.
Das novidades propostas desde o jogo da Bolívia, a que mostrou melhor aproveitamento contra os peruanos foi Douglas Luiz. O volante tem a naturalidade de um experiente com a camisa da Seleção e, se em São Paulo deu um suporte competente para Renan Lodi, em Lima foi à luta e só não foi o melhor do jogo porque Neymar estava em campo. A nova função do camisa 10 brasileiro pode o levar a um patamar ainda mais alto do que já construiu.
A amostragem inicial desta dita nova Seleção é excelente, mas não definitiva. Na reinvenção de Tite, se faz necessária uma experiência sem Phillipe Coutinho. Preservado pelo técnico como titular permanente, mesmo quando pouco mostrava nos seus clubes, é coadjuvante sem brilho há muito tempo na equipe nacional. Assim foi contra a Bolívia e contra o Peru.
Não é preciso deixar de convocá-lo, pois trata-se de um grande jogador. Ser suplente pode render a Coutinho uma preservação necessária para voltar com mais segurança no futuro, além de criar chances a outros jogadores como Everton Ribeiro. O novo posicionamento de Neymar permite um desenho diferente no setor dos "arcos e das flechas", como o treinador passou a identificar armadores e finalizadores.
Outros ajustes serão necessários em função de problemas apresentados. A defesa carece de uma reposição mais sólida do que Rodrigo Caio e o ataque precisará de mais tempo para a adaptação de Everton pela direita, seja como titular ou como alternativa. O caminho brasileiro está bem indicado, começa a ser seguido corretamente e, sem sobressaltos, terminará no Catar.