Se a Seleção Brasileira não desperta o interesse de outras oportunidades para o início da eliminatórias, existe uma receita para mudar esta situação e pode ser adotada imediatamente. Responsável direto pelo título da Copa América do ano passado como destaque do time, o atacante Everton virou mania nacional com seus dribles e gols. Por causa do ex-atacante do Grêmio, muitos torcedores de todo o país voltaram a gostar de ver jogos da equipe nacional. A chamada alegria do futebol e de outras seleções foi revivida naqueles jogos em que, curiosamente, a equipe estava privada de seu maior jogador, Neymar.
É imprescindível para o time atual que começará nesta sexta-feira (9) a caminhada rumo ao Catar que ele reconquiste o torcedor antes de garantir a vaga no mundial. Tite está diante de mais do que uma chance, uma obrigação, de colocar juntos Neymar e Everton. A hora é esta. Se, nas primeiras convocações do Cebolinha, havia uma superposição de funções e ele não tinha como concorrer com o craque do PSG, isto mudou. No clube francês nesta temporada ficou caracterizada a figura do seu principal atacante atuando mais pelo meio, vindo de trás e não mais fixado pelo lado esquerdo.
Além da questão do posicionamento, Neymar está numa fase exuberante e, se não tivesse perdido o título da Liga dos Campeões com seu clube, era praticamente uma certeza como melhor jogador do mundo na temporada. Everton, mesmo em fase de adaptação ao Benfica, também está muito bem, com confiança e sendo cobrado por Jorge Jesus de maior variação de jogadas. Seu sorriso na entrevista coletiva quando foi citada a possibilidade da dupla ser formada no ataque do Brasil diz tudo sobre a empolgação e o desejo. Esta ansiedade em ver estes dois talentos num mesmo ataque não pode ser frustrada. Contra a Bolívia, é missão de Tite escalá-los juntos para que desconcertem os bolivianos e comecem a recuperar a alegria de se torcer para a Seleção Brasileira.