Está longe de ser um dos assuntos mais comentados do esporte brasileiro o início das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022 que ocorrerá para o Brasil na próxima sexta-feira (9) em São Paulo.
Nossa seleção, que já não vinha gozando de tanta popularidade após o mundial da Rússia, deu uma recuperada com a Copa América do ano passado, mas mergulhou num ostracismo preocupante com os últimos e fracos amistosos da temporada 2019. A pandemia e o adiamento da abertura das partidas classificatórias para a Copa do Catar só fizeram aumentar a já grande distância entre a equipe nacional e a torcida.
Com quatro vagas em jogo na América do Sul e uma ainda podendo ser obtida através de repescagem, é mais do que uma tendência a classificação do Brasil para a Copa. É possível até a equipe viver uma crise técnica e se recuperar, como aconteceu na última edição e em outras oportunidades. Se classificar não será a maior dificuldade para o time pentacampeão do mundo. O desafio gigantesco para Tite e seus comandados é o de reconquistar o coração e a atenção do público.
Não bastarão resultados, desempenho pragmático ou estratégico. A Seleção Brasileira está perdendo o carisma, e a CBF nunca esteve muito preocupada com isto, algo que deve mudar no momento em que o "produto seleção" passar a faturar menos dinheiro por falta de interesse de torcedores, não só aqui, mas no Exterior também. Uma boa sinalização foi dada no encerramento dos jogos amistosos em 2019, quando um público ridículo esteve no estádio em Abu Dhabi para ver o jogo do Brasil contra a Coreia do Sul.
Cobrar show de um time de futebol não é correto. De uma equipe que pouco treina, menos ainda. Há; contudo, uma reunião de jogadores acima da média sob o comando de um técnico igualmente de enorme capacidade. Esta junção de qualidade é que precisa gerar um desempenho atrativo em resultado e plasticidade.
O Brasil precisa, sim, voltar a jogar bonito, independentemente de pandemia ou da transição vivida na formação do elenco. Tite é, queiram ou não, o responsável por tentar criar esta nova realidade, como ele mesmo criou logo que assumiu o comando há quatro anos e cumpriu exatamente a mesma meta de agora. Como grande atração dentro de campo ele só conta com Neymar, ainda que polêmico, pelo menos por enquanto.
Chegar ao Catar é objetivo óbvio e ninguém duvida que venha a ser atingido. Jogar bem é uma necessidade. Reconquistar o torcedor é uma obrigação.