O respeito do Grêmio pelo Juventude fica claro na busca de um time o mais titular possível para o jogo na Arena, nesta quinta-feira (29). O pensamento está mais do que correto. Há fatores muito claros que tornam o confronto gaúcho da Copa do Brasil indefinido.
O primeiro deles é a condição de clássico para este jogo. A história, especialmente nos últimos 30 anos, mostrou que o clube da Serra, mesmo com retrospecto histórico inferior nos enfrentamentos, já criou situações embaraçosas ou irreversíveis para os chamados "grandes da Capital".
O primeiro jogo é fundamental para o Grêmio pelo fator local, ainda que com time desfalcado de jogadores importantes, como Matheus Henrique e Maicon. Não ter vantagem para a partida de volta na casa da papada, ainda que vazia, tende a se tornar um risco altíssimo. O problema para isto se consumar é o maior dos perigos, o time do Juventude.
Quem vê os jogos da Série B ou acompanhou fases anteriores da Copa do Brasil aprendeu a admirar o conjunto comandado por Pintado. O Juventude é clássico e competitivo ao mesmo tempo.
É uma equipe sóbria, que jamais parte para a correria. Tem cadência com Wagner e Renato Cajá, dois experientes articuladores no meio-campo que por vezes jogam juntos, e um interessantíssimo homem de frente chamado Breno. Isto para citar alguns destaques de um time que começa pelo competente goleiro Marcelo Carné.
O Grêmio vai precisar reviver atuações como contra o Botafogo, uma das raras com excelente desempenho no Brasileirão. A regularidade é a coisa mais cobrada no time de Renato Portaluppi, cuja escalação oscila tanto quanto o nível das atuações.
A presença de Maicon é fundamental contra um adversário que tem média melhor em sua competição nacional. O Juventude está no seu G-4 entre 20 clubes. O Grêmio ocupa a nona posição. Na pontuação, também há vantagem para a equipe serrana. Obviamente que estamos falando de divisões diferentes do futebol nacional, mas o caráter clássico da partida nivela este tipo de coisa.
Para ganhar o jogo e o confronto das duas partidas, os gremistas precisarão melhorar. Não bastará apenas o respeito ou a escalação de um time quase titular. O Juventude é mais estável neste momento, mas joga contra uma inevitável tradição, que o coloca ainda como desafiante. Vai ser um grande duelo gaúcho.