Muito diferente da chegada de Paolo Guerrero, consagrado mundialmente e que levou milhares de colorados ao aeroporto Salgado Filho em 2018, Abel Hernández desembarcou em Porto Alegre sem festa, precisando que fosse pesquisada sua carreira e sem trazer consigo a fama do peruano. Isto não impede de dizer que a torcida do Inter deve, num primeiro momento, comemorar sua contratação. Ela tem, dentro das circunstâncias, uma importância estratégica enorme. Até dar uma resposta em campo, não pode haver reparos.
Hernández foi a contratação possível de uma diretoria que se viu privada do maior jogador do elenco em um momento de pouco dinheiro em caixa, janela fechada para a busca de atletas do Exterior e oferta escassa no mercado nacional.
Mais do que isto, é alguém que pode substituir o titular para manter a característica de jogo. Mesmo quando a qualidade não é a mesma de quem sai, sustentar um esquema tático sem mover peças que estão bem é um ganho. Vale isso para Thiago Galhardo, que não deve passar a jogar como centroavante. Ele tem que estar mais atrás, como fazia com Guerrero na equipe.
A torcida dos colorados é para que o uruguaio estreie logo, recompondo o desenho proposto por Eduardo Coudet para seu time. O técnico, assim, fica com a possibilidade de variação usada contra o Botafogo, com D'Alessandro, Marcos Guilherme, Patrick e Boschilia se revezando para ocupar duas vagas no meio-campo. Isso sem falar que os jovens Peglow e Praxedes podem se juntar a este grupo de opções.
Tudo, porém, funcionará muito melhor se Abel Hernéndez der uma resposta satisfatória. Nele estão depositadas esperanças coloradas por jogadas de gols.
Ser um novo Guerrero é pedir demais, mas esperar que ele ajude o funcionamento de um time que está dando certo no Brasileirão é permitido cobrar e digno de alívio, se der certo.