Seria terrível para o departamento de futebol do Inter se a próxima eleição presidencial tivesse dois candidatos fazendo parte de uma mesma gestão, especialmente se um deles fosse o responsável pela área mais importante do clube. Alessandro Barcellos saiu da vice-presidência não pela perda do Gre-Nal da Libertadores, mas para viabilizar sua candidatura sem prejudicar o time. Agora se entende porque ele afirmou que a política não entraria no vestiário.
Se Alessandro permanecesse, iria se bater quase que diariamente com seu concorrente e quase xará Alexandre Chaves Barcellos. Por mais que sejam amigos e tenham relações cordiais, são suas diferenças que agora os separam e isto é impossível de explicar ao grupo de profissionais. Resta agora ao ex-dirigente arregimentar forças e assumir a condição de oposicionista, como outros movimentos já o fazem com prováveis candidatos.
Rodrigo Caetano assume o comando diretivo sem um superior político, a não ser o presidente Marcelo Medeiros. A tradição dos gaúchos é sempre ter alguém ligado ao clube acompanhando o gestor profissional, mas a qualificação de Caetano e a confiança depositada pela presidência permitem ao Inter dar a ele esta incumbência. O momento não é dos mais tranquilos.
O time já foi melhor dentro do campo, os últimos resultados e o desempenho recente criaram uma pressão contra a comissão técnica e contra os atletas. Menos mal que dentre as dificuldades, não existe mais a ameaça da falta de foco dos vice-presidentes por força da eleição. A saída de Alessandro Barcellos era inevitável e ter deixado a diretoria é bom para o Inter.