Voltemos a 2017, quando Edílson era absoluto na lateral direita gremista e tinha o experiente e qualificado Léo Moura como reserva. Foram dias de tranquilidade do técnico Renato Portaluppi, que não se preocupava com o calendário ou até com lesões porque tinha dois grandes jogadores para a mesma posição.
A partir de 2018 as coisas mudaram com a saída do ex-titular para o Cruzeiro, a dificuldade física de seu reserva em assumir uma sequência de jogos e, posteriormente, a lesão de Leonardo Gomes, que se afirmava como solução de continuidade. Tudo isto fez o lado direito da defesa virar dor de cabeça por dois anos, até que começou a atual temporada e duas contratações certeiras devolveram a situação de fartura para o elenco tricolor.
Victor Ferraz e Orejuela são motivos de total despreocupação para os tricolores. Até a lesão de Ferraz já se tinha a noção do acerto em sua contratação sem discussão sobre sua titularidade. Chegou, vestiu a camisa número 2 e ninguém discutiu a titularidade.
Bom desempenho defensivo e chegadas competentes ao ataque fizeram com que no Grêmio o jogador revivesse seus grandes momentos do Santos. Bastou Ferraz sentir um problema muscular e Renato chamou o colombiano trazido do Cruzeiro e que ele prefere chamar de Panita.
A resposta vem sendo excelente, destacando-se uma vitalidade incrível e uma chegada de muita qualidade na jogada ofensiva, com tentativa de arremates e assistência para gols. Já é possível a dúvida de quem merece ser o titular da equipe.
Pode se dizer que Renato tem na primeira função do meio-campo, com Maicon e Lucas Silva, uma dupla qualificada e equilibrada para a disputa de posição. Na lateral direita, entretanto, a paridade se mostra maior, até porque nenhum dos dois concorrentes à vaga de titular tem vantagem histórica na equipe, como ocorre entre os volantes a favor de Maicon.
A escolha para o Gre-Nal e a sequência com boas atuações diante de Fluminense e Ceará são pontos importantes a favor de Orejuela. Victor Ferraz primeiro terá de encontrar uma oportunidade de retornar ao time, o que pode ocorrer contra o Corinthians. Terá contra si a necessidade de retomar imediatamente o futebol mostrado no Gauchão. Caso o técnico mais uma vez prefira o colombiano com os dois aptos a jogar, se estabelecerá a nova titularidade, algo que só garante tranquilidade para quem escala. A briga é a melhor dos últimos anos.