A classificação de forma antecipada do Grêmio para a semifinal da Taça Francisco Novelletto permitiu ao técnico Renato Portaluppi o luxo de escalar um time reserva para a enfrentar o Novo Hamburgo na última rodada fase de classificação. O empate sem gols diante do Noia, que será o adversário gremista no final de semana pela semifinal, serviu também para o treinador tricolor fazer as últimas observações visando às etapas decisivas do Gauchão.
Além de Guilherme Guedes, que vem atuando em razão da ausência de Cortez, o time reserva da última quarta-feira teve dois nomes que brigam para entrar nos onze iniciais para a semifinal: o volante Lucas Silva e o atacante Pepê.
Narrador do empate sem gols entre Grêmio e Novo Hamburgo pelo canal Premiere, Júlio Oliveira avalia que Lucas Silva aproveitou melhor a oportunidade dada por Renato Portaluppi. Ele diz que o volante cresceu de desempenho ao longo da partida e pode levar vantagem sobre Maicon em razão de ter uma ritmo maior de jogo — o camisa 8 esteve em campo apenas no primeiro tempo do Gre-Nal desde a volta do Gauchão.
— No primeiro tempo, o Grêmio jogou mais pelo setor do Darlan. No segundo tempo foi diferente, o Lucas Silva teve uma participação maior. Ele mostrou muita força para jogar até mesmo entrando na área do Novo Hamburgo. O Maicon é um jogador mais completo e acostumado ao jeito do Renato montar o time, mas nesse momento de volta, depois de tanto tempo parado, quem está mais treinado fisicamente pode levar vantagem — avalia.
Em relação a Pepê, Júlio Oliveira pondera que a situação do gramado da Arena Alviazul não favoreceu para os jogadores de velocidade, mas acredita que o atacante acabou encaixotado pela marcação do Novo Hamburgo:
— Vejo que o Guilherme Guedes foi o melhor em campo. Isso foi bom para o Grêmio, claro, mas acabou prejudicando um pouco o Pepê. Como Guedes subia constantemente, o Pepê tinha de jogar por dentro, onde estava bloqueado pelo Novo Hamburgo. Ele procurou se movimentar, mas efetivamente produziu pouco.
Ex-jogador do Grêmio e atualmente treinador, Rafael Jaques observa que o momento de decisão deverá levar Renato Portaluppi a optar por jogadores que estão mais entrosados no time. Por conta disso, ele acredita que Maicon e Alisson serão escalados no final de semana.
— Nos dois casos são dores de cabeça que qualquer treinador gostaria de ter. Olhando de fora, que pode ser diferente de quem está lá dentro, penso que o Renato acerta quando mantém uma espinha dorsal. Se o Maicon puder atuar será importante porque é um jogo decisivo. Ele é um jogador que vem há anos no clube sempre levantando taças. Ele tem uma importância muito grande no grupo pela liderança, além da qualidade — observa Jaques.
Em razão da semifinal ser disputada em jogo único e o Novo Hamburgo ter o contra-ataque como principal arma será importante o Grêmio ter um sistema equilibrado para o final de semana. Para Jaques, isso favorece para que Alisson siga na equipe ainda que veja Pepê com potencial para ganhar a titularidade em um futuro próximo.
— O Alisson é um jogador que não compromete taticamente. O Pepê tem potencial, gosto dele, mas imagino que irá buscar seu espaço no tempo certo. Ele está em um estágio bem avançado. Penso que ele está no caminho que já trilharam Everton e Pedro Rocha — conclui.
Enquete ZH: Maicon 3 x 2 Lucas Silva
Titular no Gre-Nal, mas substituído no intervalo, Maicon não voltou a campo nos jogos seguintes do Grêmio nesta retomada do Gauchão. Apesar de ter a preferência de Renato Portaluppi para ser o companheiro de Matheus Henrique na primeira linha do meio-campo, a parte física joga contra o camisa 8, que pode ceder lugar a Lucas Silva na equipe para a semifinal do Gauchão.
ZH ouviu cinco comunicadores do Grupo RBS sobre essa briga por titularidade no meio de campo. O colunista de ZH, GZH e comentarista da Rádio Gaúcha Leonardo Oliveira ressalta que escolha entre Maicon e Lucas Silva, embora seja pautada pelo físico, trará também um diferença tática na equipe do Grêmio.
— A dúvida entre Maicon e Lucas Silva vai além da questão física. Trata-se de uma mudança que mexe na forma de jogar do Grêmio. Se fosse entre Darlan e Maicon a questão, sem dúvida que a vitalidade de Darlan seria privilegiada. Afinal, as características seriam mantidas. Quanto a Lucas Silva, mesmo que jogue alinhado com Matheus Henrique e avance, falta-lhe o passe em profundidade, o controle do jogo, a centralidade que fez Abel Braga definir Maicon como um jogador de futsal no campo. Pela qualidade e pela capacidade de ditar o time, fico com Maicon. Mesmo que isso signifique perda de vitalidade em relação a Lucas — avalia.
Votos em Maicon
José Alberto Andrade (colunista de GaúchaZH), Leonardo Oliveira (colunista de ZH, GZH e comentarista da Gaúcha) e Maurício Saraiva (comentarista do Grupo RBS e colunista de ZH)
Votos em Lucas Silva
Gustavo Manhago (narrador da Gaúcha) e Marcelo De Bona (narrador da Gaúcha)