Tomadas as decisões de proibição do Gre-Nal em Porto Alegre e transferência do jogo para Caxias do Sul, resta torcer e tentar colaborar ao máximo para que tudo funcione da maneira mais perfeita possível. Cada parte fez o que lhe convinha, sem mazelas ou mesquinhezas. Respeite-se o prefeito porto-alegrense que foi zeloso com sua coerência, louve-se os dirigentes do futebol que estabeleceram padrões rígidos para executarem seus jogos e reconheça-se a coragem da prefeitura de Caxias do Sul que assumiu aquilo que para muitos é um risco e para outros tantos uma quebra de prioridades na pandemia.
Não há nada ilícito ou ilegal no processo de troca de local do clássico da próxima quarta-feira (22). O que passa a existir é uma demanda nova, maior, mais cara e urgente para preencher os requisitos sanitários que já estavam encaminhados no Beira-Rio. Poderão ser tomadas todas as mesmas providências no Estádio Centenário? Antes dos responsáveis dizerem, dá para antecipar: não. A segurança estará ameaçada? Provavelmente também não. A busca agora é por providências suficientes para preencherem os protocolos. Em Porto Alegre, até pelo tempo de preparação, haveria mais do que o necessário, o que nesta hora tem de ser saudado. Quanto mais cuidado, melhor.
Serão alteradas as programações. As duas delegações agora terão uma viagem de ida e volta para fazerem. Os cenários serão novos hotéis, outros vestiários e um novo estádio possivelmente com uma equipe de apoio também diferente e pertencente a um terceiro envolvido, o Caxias.
É uma nova engenharia para ser desenvolvida em quatro dias. Se der certo, e todos precisam colaborar e torcer para que dê, o Gauchão nesta sua temerária retomada ganhará fôlego sanitário e moral para prosseguir. Ele provará que o futebol pode criar uma caravana de saúde, itinerante pelo Interior. Como a partida será em Caxias, pelo menos uma passagem perto do santuário ou uma lembrança de Nossa Senhora de Caravaggio não podem ser desprezadas.