Não há nenhum absurdo na decisão do prefeito Nelson Marchezan em não permitir jogos de futebol em Porto Alegre, impedindo assim a realização do Gre-Nal no Beira-Rio, o que estava previsto para a próxima quarta-feira (22). No momento em que os números da pandemia galopam morro acima, que UTIs e outras vagas hospitalares estão lotando e que a cidade está mais perto do que nunca da decretação de um lockdown, o gestor público precisa ter um pensamento mais abrangente do que o ambiente de um estádio, ainda que seguro pelo atendimento aos rígidos protocolos sanitários.
O Gre-Nal agora fica numa situação delicada. Haverá a transferência de local, uma mudança de município, mas não se tem até agora a garantia de que a chamada "bolha sanitária" já preparada no Beira-Rio pode ser reproduzida em menos de uma semana em outro estádio. Se tempos atrás havia uma consciência de que o Gauchão não deveria voltar, tudo está mais grave agora, seja pela incidência da covid-19 no Rio Grande do Sul ou pena necessidade de alteração em providências complexas que já estavam tomadas.
No caso específico do clássico de Porto Alegre, a hora seria de, por caráter emergencial, transferi-lo para depois da próxima semana, aí sim, sendo feito no interior, mas com mais tempo de preparação.
Novos protocolos e logística serão necessários e atropelo é tudo o que não precisamos. No caso das demais partidas, que se realizem, se as respectivas autoridades estaduais e municipais assim as permitirem. O Gre-Nal fica apenas pendente.