A saída de Renato do Grêmio no final do ano é consenso. A data da despedida é 8 de dezembro. O ideal seria, no dia seguinte, a diretoria anunciar e até apresentar Tite como novo treinador e nominar uma nova equipe de trabalho. Há, porém, uma distância entre o mais recomendável e o possível.
Se, por qualquer que seja o motivo, tal contratação não acontecer, vale, e vale muito, buscar alguém que tenha intimidade com o ex-técnico do Flamengo, mas que agora queira ter vida independente, talvez com ideias um pouco diferentes, personalidade própria, com a ambição de estreante e o destemor típico dos gaúchos, especialmente os do Alegrete. Por que não apostar em Cléber Xavier?
Cléber conheceu Tite e compôs uma dupla vitoriosa a partir do Grêmio de 2001. Seu conhecimento da realidade tricolor é total, mesmo que tenha saído há mais de 20 anos. Suas ideias de futebol são até bem conhecidas, pois não foram poucas as explicações e entrevistas dadas ao lado do técnico, inclusive em Copas do Mundo.
Claro que pouco se conhece da maneira de aplicar as convicções diante de um vestiário como o verdadeiro comandante, mas não há relato que diga que isto é impossível. Personalidade o Clebinho tem, capaz até de divergir e convencer aquele que era seu amigo, mas hierarquicamente superior.
No Grêmio, tal qual Tite, Cléber Xavier chegaria com intimidade com três profissionais, no mínimo: o preparador de goleiros campeão mundial pelo Corinthians Mauri Lima, o executivo Luís Vágner Vivian — ex-Seleção Brasileira — e o coordenador de análise de desempenho Fernando Lázaro, figura importantíssima como auxiliar no Corinthians e na Seleção.
Nem é preciso citar o pessoal de apoio como o segurança Fernandão e o massagista Marquinhos, outros que serviram à CBF. Dá até para se cogitar a volta do preparador físico Rogério Dias, que saiu do Grêmio por incompatibilidade de método com a equipe de Renato.
A cogitação de alguém como Cléber Xavier também é uma maneira de pensar nos cofres tricolores. Certamente, o salário de um estreante estará longe dos mais de R$ 1 milhão e tantos mil do atual técnico ou de um eventual substituto. Neste ponto, é também mais barato do que seu mestre Tite. Aposta ou não, o importante é definir logo. Contratar antes do fim do Brasileiro, mesmo que sem anunciar, é uma necessidade urgente.