Nunca, depois de sua parada em março, o Gauchão esteve tão ameaçado de não chegar ao seu final. Mesmo com protocolos rígidos sendo seguidos e com bom entendimento entre governo Estadual, Federação Gaúcha e clubes, a situação se agravou. Os números da pandemia no Rio Grande do Sul pioraram e as projeções otimistas para uma retomada do futebol estão se esvaindo, ainda que haja a sinalização de novos entendimentos para treinos de conjunto ou até jogos. Eduardo Leite pede paciência, e o presidente da FGF, Luciano Hocsman, monta sua proposta neste cenário. Há, entretanto, uma última possibilidade de conclusão para o certame, ainda que o reinício se dê num prazo mais alongado, quem sabe no primeiro final de semana de agosto.
O secretário-geral da CBF, Walter Feldman, garantiu que há interesse da entidade em que os campeonatos estaduais sejam concluídos, mesmo que se tenha pouco tempo antes da data prevista para o começo do Brasileirão. Está embutida neste desejo do dirigente algo que a própria confederação já cogitou, a liberação de partidas num intervalo inferior a 66 horas entre elas. Isto não se trata de nenhuma novidade no Brasil, embora pouco recomendado. A prática seria usada em caráter emergencial, não só para os regionais, mas pensando no futuro nas voltas de Copa do Brasil, Libertadores e Sul-Americana.
Não faltam mais do que sete datas para a conclusão do Gauchão. Levando-se em conta o caráter totalmente extraordinário deste “inesquecível” 2020, seria de se levar em conta mais este sacrifício pessoal e institucional do meio do futebol. Num acordo entre FGF e CBF seria possível estabelecer semanas com três jogos para cada equipe, sempre tendo em mente que, em três rodadas, oito times estarão fora do regional, havendo ainda alguns que não estão nas disputas nacionais. A única equipe que sabe que precisará jogar até o final é o Caxias que, se o certame não for concluído, merece ser declarado como campeão por ter vencido aquilo que já foi disputado na competição, algo cogitado já até pelo presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Júnior.