Com a ideia de manter o longo e enfadonho Brasileirão e ainda encaixar a finalização dos estaduais, o retorno da Copa do Brasil e a volta da fase de grupos da Liberadores, a CBF prepara o terreno para mudar a regra e diminuir o intervalo mínimo das partidas de 66 para 48 horas.
A medida beira a loucura. Submeter os jogadores de futebol a uma maratona insana de jogos. Reduzir a competição de pontos corridos de 38 rodadas seria uma ideia interessante, em caráter de exceção. Só que a alteração não estaria no plano dos grandes times. Em momento de crise financeira, por causa da pandemia, o ponto fundamental é que os clubes não podem abrir mão de um centavo das receitas polpudas das cotas da televisão. Mas é fundamental ficar claro que o encaixe de todas as peças não pode ser feito de qualquer maneira.
Maratona da bola
A redução de horas mínimas entre uma partida e outra vai colocar uma sequência de três jogos por semana para tentar acomodar tudo até dezembro. Não acredito que os atletas aceitarão a proposta. A maratona de jogos, com bola rolando a cada dois dias, traria um desgaste físico absurdo. O corpo humano não é máquina.
A qualidade das confrontos cairá vertiginosamente. O número de lesões vai aumentar. Ainda pela questão de menos recursos, os clubes não terão condições de ter grupos numerosos para fazer um rodízio de escalações mantendo a mesma qualidade. A melhor alternativa ainda é espichar a atual temporada, invadindo 2021.
Em tempos de incertezas, pode ser necessário que seja tomada alguma medida drástica. Por exemplo, não dá para descartar o cancelamento de alguma competição.