O retorno do futebol brasileiro ainda está longe de ter uma data definida. Com o passar do tempo, a falta de calendário para o término de todas as competições será um problema a ser enfrentado. A Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf) sugeriu à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) a redução do intervalo mínimo entre as partidas para 48 horas. O regulamento atual, em vigor desde 2018, prevê o período de 66 horas entre os jogos.
Em entrevista neste domingo (12) ao programa Domingo Esporte Show, da Rádio Gaúcha, o presidente da Fenapaf, Felipe Augusto Leite, declarou que a medida ainda não está em discussão, mas seria uma alternativa para garantir, por exemplo, a realização do Brasileirão com 38 rodadas.
— Sempre que se fala em falta de datas, esse assunto é aventado. No Nordeste, ocorre de vez em quando por conta do choque de datas entre as competições. A Fenapaf tem a obrigação de ouvir os sindicatos estaduais e os atletas. Se essa opção vir à tona, todas as categorias serão ouvidas. Eu não desejo que faltem datas, mas se esse assunto prosperar, daremos prioridade a questão médica dos atletas — afirmou.
A possibilidade, de acordo com o dirigente, só seria adotada como um último recurso. Entre os principais obstáculos está a recuperação física e mental dos atletas. Outro ponto que poderia causar um desequilíbrio técnico é a logística dos clubes do Sul e do Nordeste, que acabam tendo deslocamentos maiores ao longo da temporada.
— É a atitude mais drástica. Mas não serão 38 rodadas a cada 48 horas. Encontraremos uma saída para que um clube faça no máximo um ou dois jogos assim, em praças esportivas próximas. Jamais a equipe vai jogar em Porto Alegre e depois no Recife. Isso é inimaginável. Eu tenho convicção que não será preciso estabelecer esse debate. Nós vamos encontrar uma outra saída — declarou.
Outro ponto abordado por Leite foi as férias dos atletas que atuam no Brasil. Os jogadores estão em recesso até o dia 20 de abril. O período deve ser ampliado por mais dez dias, umas vez que o cenário da pandemia do coronavírus não apresentou mudanças significativas.
— A proposta inicial (de 30 dias) foi uma sugestão nossa. Entendíamos que era relevante conceder as férias coletivas nesse período. Pensando que no Natal se teria um recesso de oito a dez dias. Os clubes não entenderam assim, mas já há uma sinalização de que haverá esse complemento até o dia 30 de abril. O cenário de absoluta indefinição se mantém. Nós já prevíamos que a paralisação não iria se encerrar em 20 dias — finalizou.