A Federação Nacional de Atletas de Futebol (Fenapaf) sugeriu como alternativa à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) a redução do intervalo entre as partidas do futebol brasileiro para 48 horas, como alternativa para manter o Brasileirão com 38 rodadas. O regulamento atual que prevê 66 horas entre os jogos, escrito em 2017 e fixado a partir de 2018.
Na visão do vice-presidente de futebol do Inter, Alessandro Barcellos, a ideia não tem como sair do papel. O principal dilema é a questão física dos jogadores. E também a logística para os clubes do Sul e do Nordeste, que demandam mais tempo para se deslocar de um lado para outro do Brasil.
— O Inter é totalmente contrário a essa decisão. Por mais que necessitemos que o Brasileirão seja disputado com as 38 rodadas, assim como as outras competições, não tem tempo de recuperação física dos atletas em 48 horas. Em 66 horas já é difícil, imagina de dois em dois dias. Vivemos em um país de dimensões continentais, as equipes do Sul precisam ir ao Nordeste para jogar. É praticamente um dia de viagem — comentou.
O nível de competitividade entre os clubes também é uma das preocupações do dirigente colorado. De acordo com ele, apenas dois clubes brasileiros teriam condições de usar um time para cada rodada, sem a necessidade de utilizar garotos oriundos das categorias de base.
— É extremamente temerário. Quem tiver mais dinheiro para montar elenco terá vantagem. Hoje, só o Flamengo e o Palmeiras tem essa condição. O resto precisará usar atletas das categorias inferiores. Isso vai gerar um desequilíbrio técnico nas competições — finalizou.
Em entrevista ao programa Domingo Esporte Show, da Rádio Gaúcha, neste domingo (12), o presidente da Fenapaf, Felipe Augusto Leite, declarou que essa medida só será adotada como último recurso. Além disso, deixou claro que será levada em consideração a opinião dos médicos e fisiologistas dos clubes para preservar a saúde dos atletas.