Se em março passado houve a polêmica demora no adiamento da Olimpíada de 2020 para 2021, a situação agora é outra. O contexto da pandemia já registra atividades esportivas sendo realizadas em vários países, especialmente na Europa. Em nações como os Estados Unidos, entretanto, as portas estão fechadas terminantemente para a prática em nível competitivo. Não há o remédio específico para a covid-19 e o caminho rumo a uma vacina 100% eficaz também não tem definição de ponto final. Só com uma destas soluções, ou as duas, é que se poderá sonhar com a realização de um evento como os Jogos Olímpicos.
Para abrigar a Olimpíada em 2021, não bastará ao Japão ter controlado a pandemia em seu território, garantir segurança sanitária em locais de competições ou fazer milhões de testes em seus cidadãos. O risco será externo. Mais de 200 nações diferentes enviarão outras centenas de milhares de pessoas aos Jogos, sejam atletas, técnicos, dirigentes, jornalistas ou torcedores. É destes cidadãos que se precisará ter a certeza de uma não contaminação. Como estarão seus países de origem em relação ao coronavírus?
A sonhada cura da covid-19 pode estar ainda distante, e a vacina passa a ser a maior esperança da comunidade olímpica e mundial. A realidade sonhada, com base no que temos hoje, é a imunização antecipada de todas as pessoas envolvidas nos Jogos. Mesmo quem proceder de um local ainda com incidência da doença precisará de repetidos testes e de vacinação antecipada para dar tempo de fazer efeito, salientando sempre a necessidade primeira dos japoneses viverem um controle total sobre a pandemia até aproximadamente o mês de janeiro. Sem isso, uma análise simples nos deixa com muitas apreensões e vendo possibilidades muito grandes de Tóquio ter de abrir mão de sua Olimpíada.