A volta do futebol, seja no Brasil ou em outros países, vem se valendo de medidas que alteram o regramento da atividade, seja dentro ou fora do campo. Isto, acima de ser certo ou errado, é necessário num momento de absoluta excepcionalidade para a sobrevivência de jogos, competições e instituições. É bem provável que tais novidades venham a ser revogadas quando houver o retorno da normalidade. A nova cogitação, respaldada pela CBF e admitida pelo secretário-geral da entidade, Walter Feldman, é a redução do tempo mínimo de contrato dos jogadores, algo que tem todo o sentido nos atuais dias.
A lei manda os clubes contratarem atletas num compromisso mínimo de 90 dias. A possibilidade criada e que precisa ser homologada é da redução deste período para 30 dias. Com certames estaduais inacabados e faltando poucas rodadas para as devidas conclusões, estaria viabilizado para as agremiações e para os profissionais um acerto que não engessasse a relação para um tempo posterior sem jogos. Se isto passar, estaremos diante dos jogadores tarefeiros, ou freelancers, como são conhecidos aqueles que trabalham por tarefas específicas, sem vínculo prolongado.
O momento exige medidas excepcionais, mas não necessariamente definitivas. Tal qual a permissão para cinco substituições no campo ou a prorrogação automática de contratos, os compromissos por 30 dias servem em muito para o momento, mas deverão ser rediscutidos após a pandemia, possivelmente havendo a revogação. Especialmente para clubes menores e seus jogadores, se estará diante de uma solução para problemas imediatos.