Aloir Oliveira é um dos grandes traumatologistas do Rio Grande do Sul. Torcedor ferrenho do Caxias, faz mais de 20 anos que trabalha como médico do seu clube. Ele e um grupo de médicos fizeram um protocolo sanitário de retorno dos jogadores do Caxias, quando isso for possível, que cuida de todos os detalhes.
A preocupação vem com a vida familiar, com os testes, com a chegada e a saída do estádio, com as formas de treinamento, tudo o que se poderia imaginar. O Caxias deve voltar às atividades no final de junho, já que, neste momento, a prefeitura não libera treinos para os clubes. O que isto sinaliza é que, sim, os clubes do Interior irão cuidar dos seus atletas na volta do Gauchão com esmero muito similar ao que já faz a dupla Gre-Nal.
Pego o exemplo do São José e do Caxias para comprovar que protocolos não custam muito dinheiro, e há médicos competentes e cuidadosos para que os jogadores corram o mínimo de risco em tempos de pandemia. O mais caro são os testes, mas estes serão doados pela Federação Gaúcha de Futebol e seus parceiros.
O quadro sanitário que temos hoje no Rio Grande do Sul é muito bom. Espero que seja ainda muito melhor em julho, apesar do inverno. E espero que possamos voltar com o Gauchão com tranquilidade para todos os envolvidos.
TREINAMENTOS — Os presidentes do Flamengo e do Vasco da Gama foram a Brasília se encontrar com presidente Jair Bolsonaro. Na reunião, foi discutida a possibilidade dos dois times fazerem treinamentos na capital federal, onde a situação sanitária é bem melhor do que a do Rio de Janeiro _ o prefeito Marcelo Crivella não libera os clubes para treinos. Pode parecer esdrúxulo o que pedem os clubes cariocas, mas há uma realidade devastadora que está nas mãos dos dirigentes. Os clubes precisam jogar.
Se isto não ocorrer, as consequências serão desastrosas. Em nome desta necessidade, é como se fosse uma pessoa que se afoga. Ela se agarra no que tem por perto. Os clubes querem, pelo menos, o campeonato estadual. Precisam encontrar um lugar para treinar, já que não é possível na sua sede. É o que fazem por aqui Grêmio e Inter. Liberados para os treinamentos, já vão para 15 dias de trabalho, com limites mas com avanços físicos importantes.
ITÁLIA — O ministro do Esporte, Vincenzo Spadafora, afirmou que agora é possível projetar a volta do futebol em seu país, se dizendo irritado com as pressões que sofreu quando os hospitais estavam lotados e muita gente morria a cada dia. Ele liberou os treinos coletivos com algumas condicionantes de grande importância.
Os testes deverão ser feitos três dias antes de começar os treinamentos, no primeiro dia de trabalho e dali em diante a cada 96 horas, ou seja, de quatro em quatro dias. Caso um jogador tenha resultado positivo para a covid-19, só ele será afastado e seus companheiros continuarão jogando normalmente. Com isto, o campeonato não sofrerá interrupções. A ideia inicial é que a competição seja retomada em 20 de junho.