Rogério Caboclo assumiu a CBF decretando um verdadeiro pacote de medidas. A arbitragem, agora sob o comando de Leonardo Gaciba, promete mudanças radicais. Um conselho de notáveis ajudará na condução de nosso futebol e uma camisa branca substituirá a canarinho na Copa América. Todos estes anúncios são importantes, mas a confirmação de Sylvinho como técnico da seleção olímpica tem uma dimensão maior.
O ex-lateral e hoje assistente do técnico Tite na equipe principal tem tudo para se tornar o primeiro grande acerto do novo presidente da CBF. Sua escolha era pouco cotada, mas estava caindo de madura.
Sylvinho nunca foi treinador, mas já tem todos os atributos para tal, até o diploma. Sua atuação nos treinamentos muitas vezes é mais ativa do que a do próprio Tite. Nada mais o agrada do que falar de futebol ou observar jogos. Sua didática dentro e fora do campo é notável. É o tipo da pessoa que gosta de falar de futebol.
Para quem pode questionar a falta de experiência, vale dizer que, mesmo abaixo de Tite na hierarquia da Seleção Brasileira, tem voz ativa e respeitada pelos jogadores e por seus colegas, além de um currículo com passagem como jogador por clubes como Arsenal, Barcelona e Manchester City, além do sucesso nacional no Corinthians.
Sylvinho terá estofo para trabalhar com jogadores jovens, mas com carreiras já bem encaminhadas. Sua missão é muito difícil, num primeiro momento com o Pré-olímpico da Colômbia. A busca de uma das duas vagas sul-americanas na Olimpíada de Tóquio pode ser mais complicada do que buscar a medalha de ouro. Nesta etapa, só haverá jogadores que atuam no Brasil para contar, e pouco, ou nada, se espera daqueles que estavam na equipe sub-20 recentemente.
Podemos estar diante do início de uma promissora carreira, quem sabe de um brasileiro capaz de conquistar novas fronteiras. Na Itália, Sylvinho já reside. Idioma, ele fala quatro. Que tudo isso seja pintado de ouro no Japão.