Nem candidatos, nem partidos, nem debates e nem redes sociais. Nada será tão importante nas eleições de 2022 quanto a Justiça. Passará por ela o equilíbrio e a razão, em um momento em que tensões se acumulam e os pré-candidatos pensam mais nos desafetos do que em aliados e projetos para construir um país melhor.
É a versão terra-arrasada do poema Quadrilha, de Carlos Drummond de Andrade: Lula odeia Moro que odeia Bolsonaro que odeia Ciro, que odeia Lula, que odeia Doria.
Um ano antes, eles já andam se jurando. “Não vejo a hora de encontrar fulano”, “a hora de beltrano vai chegar”. A tendência quase irreversível é de uma campanha tensa e violenta, na qual os TREs, o TSE e o STF tenham protagonismo e ampla visibilidade. Vai ter golpe baixo, ataques à urna eletrônica, fake news, baixaria e gritaria para todos os gostos.
Teremos, pelo menos, um consolo: o eixo da campanha passada tinha a cadeia e o hospital como pontos de sustentação. Se ano que vem for a Justiça, ainda não será bom, mas pelo menos teremos evoluído.