Não há qualquer problema em um evangélico se tornar ministro do STF. O problema é quando alguém se torna em ministro do STF por ser evangélico, católico, judeu, budista ou muçulmano.
Existe no Brasil uma sábia separação entre religião e Estado, o que é bom tanto para o Estado quanto para a liberdade religiosa. Misturar as coisas nunca foi bom. Basta olhar para a teocracia do Irã, por exemplo. Estamos longe, muito longe disso por aqui. Mas escolher um integrante do tribunal mais importante do país porque ele representa essa ou aquela fé é um tema que merece atenção e análise.
Há representantes de outras crenças no STF. Luiz Fux, por exemplo, é judeu. Mas talvez você, que lê esse texto agora, nem saiba. Porque não é importante, nesse contexto. Os atributos esperados de um ministro da Suprema Corte passam por outros critérios. Como saber jurídico, equilíbrio, honestidade e experiência. É lógico que os presidentes da República, que fazem as indicações, buscam nomes alinhados com sua visão de mundo, mas de uma forma ampla.
No caso de André Mendonça, a pergunta é: se ele não fosse ligado a uma determinada religião, teria sido indicado? Tomara que sim, pelo bem do STF, da democracia, da liberdade religiosa e do Brasil.