Julgamento não deveria ser show, mas sim um rito que buscasse o máximo de racionalidade, o único contraponto aceitável, quando se fala em justiça, ao crime e à barbárie. Sei que esse tema é polêmico, que o júri tem pontos positivos e uma tradição histórica que se perde no tempo. Mas a ênfase na teatralidade técnica fazia algum sentido na antiguidade, quando a coleta e a análise das provas - e até mesmo a legislação - eram menos evoluídas.
Esse é um debate complexo, que pode ser analisado sob vieses diferentes, todos válidos. Assim como ocorre em qualquer outro assunto, ele não pode ficar restrito aos especialistas, uma vez que sua relevância diz respeito a toda a sociedade.
Quando se fala em justiça, que ela seja feita por juízes capacitados e experientes. A maior prova da vulnerabilidade do júri está nele mesmo: a possibilidade de exclusão de jurados. As partes jamais deveriam decidir sobre quem as julga, salvo algum motivo amplamente justificável.