A jornalista Juliana Bublitz colabora com o colunista Tulio Milman, titular deste espaço
Disposta a formar uma rede de apoio ao patrimônio histórico, cultural e arquitetônico de Porto Alegre, a prefeitura planeja lançar uma campanha de combate ao vandalismo. A ideia partiu do coordenador do programa Centro+, Cezar Schirmer, que busca uma união de esforços em torno da causa.
Na última semana, Schirmer expôs a intenção ao procurador-geral de Justiça, Marcelo Dornelles, junto do secretário Gunter Axt (Cultura) e do procurador-geral do município, Roberto Silva da Rocha. O plano, agora, é formalizar a proposta nas próximas semanas.
— De nada adianta revitalizar o Centro Histórico, se as pessoas não ajudarem a cuidar. É o caso do viaduto da Borges de Medeiros. Precisamos estimular a conscientização sobre a importância do bem público — defende Schirmer.
A gestão municipal pretende investir R$ 16 milhões em um projeto de revitalização plena do viaduto. A iniciativa está em fase de captação de recursos. Hoje, segundo a Secretaria Municipal de Planejamento e Assuntos Estratégicos, existem 747 pichações no local — 286 no sentido Centro-bairro e 461 na direção oposta.
Parte delas chegou a ser pintada, mas a intervenção acabou paralisada após questionamentos da Promotoria do Meio Ambiente acerca da tinta utilizada e da necessidade de aprovação prévia da Equipe do Patrimônio Histórico e Cultural (Epahc).
Enquanto o caso não se resolve e a restauração definitiva não acontece, a campanha em gestação deve ajudar na preservação de outras obras de recuperação, como a revitalização da Fonte Talavera de la Reina, em frente ao Paço Municipal, o embelezamento do Muro da Mauá e o Trecho 3 da orla do Guaíba — que, aliás, teve a pista de skate pichada em junho, antes mesmo da conclusão.
Os rabiscos foram removidos de imediato, mas o episódio serviu para reforçar a urgência de uma ação mais ampla. Com a participação de todos, pode dar certo.